Sumários

A conquista romana da Península Ibérica

29 Janeiro 2021, 08:00 Carlos Jorge Gonçalves Soares Fabião

A conquista romana da Península Ibérica:


principais etapas e respectivos enquadramentos conjunturais


Exposição das normas de avaliação, Apresentação do programa e bibliografia, sugestões de trabalhos

26 Janeiro 2021, 11:00 Carlos Jorge Gonçalves Soares Fabião

Em conformidade com o disposto no Regulamento Geral de Avaliação da FLUL, estabelece-se:

 

1-) O regime de avaliação em vigor é um regime contínuo, que exclui qualquer prova final com carácter eliminatório ou definitivo, como eventual substituto da avaliação realizada ao longo do semestre.

2-) Um dos elementos de avaliação terá de ser obrigatoriamente uma prova escrita presencial de carácter individual, com tempo limitado (podendo o aluno recorrer a todos os elementos de consulta que consigo tiver).

3-) É necessária a realização de, pelo menos, duas provas de avaliação, das quais uma será obrigatoriamente uma prova escrita presencial de carácter individual.

Assim, os alunos que não tiverem realizado um mínimo de duas provas, das quais uma delas obrigatoriamente uma prova escrita presencial de carácter individual não poderão ser avaliados, surgindo na pauta final a indicação de sem avaliação

Ao longo do ano lectivo, os alunos serão convidados a realizar provas de diversos tipos, entre as quais provas escritas presenciais de carácter individual; trabalhos (que podem ser individuais e/ou colectivos); comentários; apresentações e participação em debates.

 

A classificação final na disciplina é constituída pela média aritmética das classificações obtidas nas duas melhores provas realizadas, sendo uma delas, obrigatoriamente, a classificação obtida em uma prova escrita presencial de carácter individual.

Estas disposições foram comunicadas aos alunos presentes na primeira aula da unidade curricular.


Programa

 

1. Questões introdutórias:

1.1. Arqueologia Clássica: âmbito conceptual e âmbito cronológico.

1.2. A especificidade da Arqueologia Clássica no contexto das "arqueologias".

1.3. O estabelecimento de cronologias no âmbito da Arqueologia Clássica.

1.4. Conquista Romana e Romanização: significados e conceitos; a Romanização e a sua visibilidade arqueológica.

 2. A Arqueologia da conquista romana do extremo ocidente peninsular:

2.1. O mundo indígena do extremo ocidente da Península Ibérica nas vésperas da conquista romana

2.2. Estabelecimentos militares romanos: tipologia e elementos caracterizadores.

2.3. Materiais e contextos arqueológicos dos sécs. II / I a.C. (problemas tipológicos e cronológicos).

2.4. Os ritmos da conquista e as suas manifestações materiais - indícios de "romanização" nos povoados indígenas.

2.5. Que caracterização e que quadro conceptual adoptar para a abordagem e tratamento das realidades arqueológicas dos séc. II / I a.C. (haverá, de facto, uma III Idade do Ferro?).

3. Introdução ao estudo dos materiais arqueológicos dos sécs. II e I a. C, com especial atenção às importações itálicas.

 

Bibliografia

Sugestões de leitura:

1.

BIERS, W. R., 1992 - Art, artefacts and chronology in Classical Archaeology, London: Routledge.

FABIÃO, C. 2001 - O Povoamento do Sudoeste Peninsular na segunda metade do I Milénio a.C.: continuidades e rupturas. In: BERROCAL-RANGEL, L.; GARDES, P. (Eds.) Entre Celtas e Iberos. Las poblaciones protohistóricas de las Galias e Hispania. Madrid: Real Academia de la Historia / Casa de Velázquez, p. 227-246.

FABIÃO, C. 2001 - Mundo indígena, romanos e sociedade provincial romana: Sobre a percepção arqueológica da mudança. (era) Arqueología, 3, p. 108-131.

HINGLEY, R. (2005)Globalizing the Roman Culture. Londres: Routledge

HOPKINS, K. 1996 - La Romanización: assimilación, cambio y resistencia. In: BLÁZQUEZ, J. M.; ALVAR, J. (eds.) La Romanización en Occidente. Madrid: Ed. Actas, p. 15-43.

MATTINGLY, D. J. (ed.) 1997 - Dialogues in Roman Imperialism. Power, discourse, and discrepant experience in the Roman Empire. Porthmouth, Rhode Island: JRA, Supplementary series, 23.

POTTER, D. S. 1999 - Literary texts and the Roman historians, London: Routledge.

VEYNE, P.1975 - Y a-t-il eu un impérialisme romain? Mélanges de l'École Française de Rome et Athènes, 87(2), p.793-855. http://www.persee.fr/doc/mefr_0223-5102_1975_num_87_2_1034

2.

ALARCÃO, J. 1988 - Roman Portugal, 3 vols., Warminster: Aris & Philips (trad. port. do 1º vol., O domínio romano em Portugal, Mem-Martins: Europa-América).

ALARCÃO, J. (Dir.) 1990 - Portugal das origens à romanização, Lisboa: Presença (vol. I de Nova História de Portugal, SERRÃO, J. e MARQUES, A. H. O. (Dir.)) - (3ª parte, textos de J. Alarcão e J. d'Encarnação).

BLÁZQUEZ, J. M. et alii, 1985 - Historia de España Antigua, Tomo II, Hispania romana, Madrid: Cátedra (particularmente as p. 15-252).

BLÁZQUEZ, J. M.; ALVAR, J. (eds.)1996 - La Romanización en Occidente. Madrid: Ed. Actas.

FABIÃO, C. 1998 - O Mundo Indígena e a sua Romanização na área céltica do território hoje português. 3 vols. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (dissertação de Doutoramento policopiada).

KNAPP, R. C. 1977 - Aspects of the Roman Experience in Iberia, 206-100 B.C., Vitoria (Anejos de Hispania Antiqva, IX).

LE ROUX, P. 1995 -  Romains D'Espagne. Cités et politique dans les provinces Ier siècle av. J.-C. - III siècle ap. J.-C., Paris: Armand Colin

MATTOSO, J. (Dir.) 1992 - História de Portugal, vol. 1, Antes de Portugal, Lisboa: Círculo de Leitores, p. 202-293 (texto de C. Fabião).

MEDINA, J. e GONÇALVES, V. S. (Dir.) 1993 - História de Portugal, vol II, O Mundo Luso-Romano, Amadora: Ediclube, p. 45-201 (textos de Amílcar Guerra, Ana Margarida Arruda, A. Marques Faria, Carlos Fabião).

RICHARDSON, J. S. 1996 - The Romans in Spain. Oxford: Blackwell.

SARAIVA, J. H. (Dir.) 1983 - História de Portugal, vol. 1, Lisboa: Alfa, (particularmente a 2ª parte, p. 101-160, textos de A. C. Ferreira da Silva e Rui Centeno).

VV. AA. 1997 - Hispania Romana, desde terra e conquista a provincia del Imperio (catálogo de exposição), Roma: Electra.

2.1.

Para além da citada no ponto anterior:

FABIÃO, C. (2005) - Arqueologia militar romana da Lusitania: textos e evidências materiais. Livro do curso sobre Arqueologia Militar Romana na Europa, Segóvia 2001. Segóvia: Junta de Castilla y León, p. 53-73.

KEPPIE, L. 1998 – The making of the Roman Army: from Republic to Empire. 3ª ed.: Univ. of Oklahoma Press.

MORILLO CERDÁN. A. 1991 - Fortificaciones campamentales de época romana en España. Archivo Español de Arqueología. 64, p. 135-190.

MORILLO CERDÁN, A. (ed.) 2002 - Arqueología militar romana en Hispania. Madrid: CSIC.

MORILLO CERDÁN, A; AURRECOECHEA, J. (eds.) 2006 – The Roman Army in Hispania. An Archaeological Guide. Léon: Univ. de León.

MORILLO, A; CADIOU, F.; HOURCADE, D. (eds.) 2003 – Defensa y Territorio en Hispania de los Escipiones a Augusto. Madrid / León: Univ. de León / Casa de Velázquez.

PEREA YÁBANES, S. (ed.) 2004 – Res Gestae. Grandes generales romanos. Vol. 1. Madrid: Signifer ed.

VV. AA.1999 – Las Guerras Cántabras. Santander: Fundación Marcelino Botín.

VV.AA. 2014 - Atas Congresso Conquista e Romanização do Vale do Tejo. Cira-Arqueologia, 3.

http://www.cm-vfxira.pt/pages/317

3.

Para além da citada anteriormente:

V. para a questão do armamento, em concreto:

http://www.armatura.connectfree.co.uk/arma.htm

http://www.romanarmy.com/default.htm

http://www.museums.nd.ac.uk/archive/arma

BISHOP M. C.; COULSTON, J. C. N. (2006) – Roman Military Equipment. 2ª ed., Oxford: Oxbow Books.

QUESADA SÁNZ, F. 1997 – El armamento ibérico. Estudio tipológico, geográfico, funcional y simbólico de las armas en la Cultura Ibérica. 2 vols., Ed. Monique Mergoil (Monographies d’Instrumentum, 3).

Para o tema da cerâmica ver:

BELTRÁN LLORIS, M. 1990 - Guía de la cerámica romana. Zaragoza: Pórtico.

ROCA ROUMENS, M.; FERNÁNDEZ GARCÍA, M. I (dir) (2005) – Introducción al estudio de la cerámica romana. Una breve guía de referencia. “CVDAS, 1”, Málaga: Universidad de Málaga.

 

http://dicocer.syslat.net/

http://archaeologydataservice.ac.uk/archives/view/amphora_ahrb_2005/

http://amphorae.icac.cat/

http://www.gaulois.org/instrumentum/BIBLIO.INSTR.HTM


Toda a bibliografia encontra-se disponível nas bibliotecas da FLUL; DGPC/Ajuda e MNA.


Sugestões de trabalhos práticos:

TEMA 1 - Mundo pré-romano no Ocidente da P. Ibérica:

 

Deverá realizar uma ficha de leitura com menos de 10 páginas de uma destas obras: 

 

Almagro-Gorbea, M. e Martín, A.M. (Eds.), 1994 Castros y Oppida en Extremadura, Madrid (Complutum Extra, 4).

Berrocal Rangel, L. 1992 -Los Pueblos Celticos del Suroeste de la Peninsula Iberica, Madrid (Complutum-Extra, 2).

Martín Bravo, A. M. 1999 Los Orígenes de la Lusitania: el I Milenio a.C. en la Alta Extremadura. Madrid: Real Academia de la Historia (Biblioteca Archaeologica Hispana, 2).

Martins, M., 1990) - O Povoamento Proto-Histórico e a Romanização da Bacia do Curso Médio do Cávado, Braga (Cadernos de Arqueologia Monografias, 5).

Pérez Vilatela, L. 2000 Lusitania: Historia Y Etnologia. Madrid: Real Academia de la Historia (Biblioteca Archaeologica Hispana, 6).

Silva, Armando Coelho Ferreira da - 1986 A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal, Paços de Ferreira, Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins (há uma segunda edição de 2008).

 

 

TEMA 2  - Romanização:

 

Deverá realizar um pequeno ensaio crítico com menos de 10 páginas sobre o tema da Romanização, enquanto noção operatória para o estudo do mundo romano.

Deverá começar por ler o texto da revista Digressus, abaixo indicado:

 

Merryweather, Andrew D. (Sydney) & Prag, Jonathan R.W., (UCL) 'Romanization'? or, Why Flog a Dead Horse?

http://www.digressus.org/articles/2002pp08-10-art-merryweather-prag.pdf

 

Seguidamente, deverá escolher uma das seguintes obras:

Digressus – Supplement 1 'Romanization'? (2003)

http://www.digressus.org/articles/romanization.pdf

Beltrán Lloris, F. (2017) Acerca del concepto de romanización, in: Tortosa, T.;  Ramallo, S. (eds.), El tiempo final de los santuarios ibéricos en los procesos de impacto y consolidación del mundo romano, Anejos de AEspA Madrid, 17-26.

https://www.academia.edu/35611030/F._Beltr%C3%A1n_Lloris_Acerca_del_concepto_de_romanizaci%C3%B3n_en_T._Tortosa_y_S._Ramallo_eds._El_tiempo_final_de_los_santuarios_ib%C3%A9ricos_en_los_procesos_de_impacto_y_consolidaci%C3%B3n_del_mundo_romano_Anejos_de_AEspA_Madrid_2017_17-26

Le Roux, P. 1995 - Romains d'Espagne. Cités et politique dans les provinces Ier siècle av. J.-C. - III siècle ap. J.-C. Paris: Armand Colin.

Woolf, G. 1998 - Becoming Roman. The Origins of provincial civilization in Gaul, Cambridge University Press.

 

 

TEMA 3 - Estabelecimentos Militares Romanos:

 

Realize um pequeno trabalho com não mais de dez páginas sobre um dos locais que tem sido identificado como estabelecimento militar romano do actual território português:

 

  1. Cava de Viriato (Viseu)
  2. Lomba do Canho (Arganil)
  3. Mata Velha de Antanhol (Coimbra)
  4. Chões de Alpompé (Santarém)
  5. Santarém
  6. Alto do Castelo (Alpiarça)
  7. Alto dos Cacos (Almeirim)
  8. Castelo da Lousa (Mourão)
  9. Mata Bodes (Beja)
  10. Mata Filhos 1 (Mértola)

 

Deverá iniciar a sua pesquisa pela consulta da Base de Dados Endovélico no web site da DGPC:

 

http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios

 

analisar criticamente a informação disponível e propor estratégias complementares de obtenção de informação.