O Cinema da 5ª Geração: Zhang Yimou, "Ju Dou" (1990)
28 Fevereiro 2019, 10:00 • Fernando Guerreiro
1. O Cinema da 5ª Geração : a classe de 1978/1982; a "nova vaga" dos anos 80
1.1. um ponto de vista antropológico sobre as origens da cultura chinesa; reconfiguração mítica da História;
1.2. um cinema "visual": vitória da "estética" sobre a "política"; a "estética" como a nova ordem simbólica;
1.3. uma concepção mais "simbólica" do que "fotográfica" da imagem de cinema: i) exploração do "medium" (cor, texturas da imagem); ii) des-narrativização; iii) estética da "proximidade" (câmera de 16mm, em cima das coisas); iv) ângulos de tomada de vista/ movimentos de câmera inusuais (efeito de "desfamiliarização"); v) cinema da continuidade (plano-sequência) e não da montagem; vi) um novo Sujeito, tempo, espaço e real;
1.4. trabalho da "forma" inscrito na transformação do real (social, político, económico) do tempo ("Deng's China");
1.5. o "paradoxo" da modernidade: dificuldade em dar a realidade moderna e urbana;
1.7. carácter "incompleto" do trabalho /programa da 5ª Geração: da mitologização do passado (1ª fase) à melodramatização da História (o filme de época e o Wuxia).
2. Zhang Yimou
2.1. 1ª fase "formalista" (1987/ 1991) mas com característica próprias:
2.1.1. pulsionalidade vital de personagens/ situações ("Milho Vermelho", 1987);
2.1.2. centralidade dos personagens femininos com afirmação da sua passionalidade e sexualidade; como figuras (metáforas) da China (Rey Chow): o "corpo" como "living ethnographic musueum"= lugar de inscrição do diferentes poderes sociais e simbólicos (JuDou); reversão do "olhar ocidental" (um "Oriental's orientalism") (Rey Chow);
2.1.3. sensacionalismo visual do forma (a cor ("JouDou") e a linha ornamental ("A Maldição da Flor Dourada")): as alterações aos textos de base têm a função de reforçara dimensão plástica das obra (a "tinturaria" de "JuDou").
* projecção da abertura de "O Destacamento Vermelho Feminino" de Xie Jin (1961) e de sequências do bailado homínimo (1970)
Bibliografia: dois textos de Jenny Lau sobre "JouDou"