Wu Yonggang, "Shennu" ("A Divina") (1934)

12 Fevereiro 2019, 10:00 Fernando Guerreiro

1. um "melodrama de esquerda": urbano e social; 2. a "Divina" como personagem duplo (mãe/ prostituta) com ambivalência inscrita no nome (Nu Shen: deusa/ She nu: prostituta); o par iconizado mãe/ filho e ausência de uma problemática do "desejo";3.  plano do género: não estrictamente um melodrama  (minimalismo da actriz) nem cinema (tradicional) do "plano": modulação da forma que a torna mais solta/ fluida: subjectivação, câmera móvel,  profundidade de campo (estruturada pelo vazio), planificação americana; rarefacção de décors, minimalismo; 4. um cinema mais "visual" (do Tempo) do que narrativo (acção); minimalismo do décor  e simbolismo dos objectos; a marca de Griffith (vd. "O Lírio Quebrado") e o modelo de Lilian Gish; 5. plano da estrutura: a oposição entre o motio da "grelha" (plano material: claustrofobia, prisão) e a iluminação do plano (evasão); o motivo do "esconderijo" como hieróglifo do filme  e do seu duplo segredo (prostituição, bastardia); efeito de sublimação final pela luz e  magnificação do cinema (vs tradicionalismo da escrita).

* projecção de um de do filme e da sequência do esconderijo do "tesouro" de Lucy em "O Lírio Quebrado" de Griffith