D. Teotónio de Bragança e o Arcebispado de Évora durante a Contra-Reforma: um caso de estudo.

16 Dezembro 2019, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

Analisa-se, como exemplo, a vertente mecenática de D. Teotónio de Bragança à frente do Arcebispado de Évora, mostrando a importância dos seus empreendimentos construtivos e de decoração artística e o modo actualizado como adaptou os princípios tridentinos do ‘restauro storico’ e de revitalização das ‘sacrae imagines’ em lugares de alegado culto paleo-cristão. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura sacra servindo-se de artistas de formação romana, como o arquitecto Nicolau de Frias ou o seu arquitecto e escultor Pero Vaz Pereira. São muito relevantes as construções que custeou, como o Mosteiro da Scala Coeli da Cartuxa. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. Velhos cultos e novos temas iconográficos emergem com D. Teotónio, como os de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros mártires considerados eborenses. Fez encomendas em Madrid, Roma e Florença para enriquecer a Sé e o grandioso Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, por si fundado. Trata-se, portanto, de um capítulo notabilíssimo da arte portuguesa sob signo de Trento, que merece ser devidamente analisado.  


BIBL.: Vitor Serrão, Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teotónio de Bragança, 1578-1602, Fundação da Casa de Bragança, 2015.