O Renascimento e a «nobre arte da Caligrafia» no século XVI: Itália, França, Portugal.

14 Outubro 2019, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

     A tratadística de arte em Portugal nos séculos XVI-XVII não abunda de textos que se possam dizer significativos. Salvo os escritos de Francisco de Holanda e Félix da Costa Meesen, não dispomos de uma produção original de testemunhos sobre a essência da arte, para além do que marginalmente integra os receituários e manuais de trabalho de pintores, iluminadores e desenhadores. É verdade que circulavam os exemplares da tratadística italiana, castelhana, flamenga e francesa sobre Arquitectura e Pintura. À dimensão do país, pouco de original se escreveu além de traduções e reapropriações de ideias. Entre 1548, data em que Francisco de Holanda escreve o famoso tratado Da Pintura Antigua (onde põe tónica do seu discurso na scintilla divina e no primado do disegno) e 1696, ano em que o pintor, escritor e poeta sebastianista Félix da Costa redige a Antiguidade da Arte da Pintura (elogio da liberalidade e memória sobre a nossa produção), mal se pressente na criação literária um ardor de teorização que permita falar de um corpo autonomizado de textos comparável a outras situações europeias coevas. Desenvolveu-se, sim, a Caligrafia: no Renascimento, os humanistas, de Erasmo a Juan Luís Vives e João de Barros, preocuparam-se pela educação dos filhos-família a quem se destinavam lugares no aparelho de Estado, razão acrescida para dar bases de caligrafia harmoniosa segundo o humanismo cristão e a doutrina neoplatónica.

     Em clima favorável às artes sob signo do neoplatonismo e a influência humanista (quadro alterado em breve com a Contra-Reforma), a cultura do tempo de Camões, disse Sylvie Deswarte, situa-se num «campo de criação dotado de uma forma mentis, com uma imagística e uma inspiração filosófica idênticas». Tal clima não gerou um tratadismo artístico como género autónomo, mas gerou debates, mudanças de paradigma e a efervescência da Bella Maniera, a seguir à viagem a Roma de Francisco de Holanda, Campelo, Gaspar Dias e outros. O ambiente de cortes literárias em que as humaniores litterae se estudam abria-se ao debate arqueológico, ao bucolismo do locus amoenus, à ressonância da antigualha, reflexões sobre Vitrúvio, Alberti e Serlio, os templos do Mundo Antigo, cosmologia, matemática, temas agrícolas, citações de Hermes Trimegistro e demais autores clássicos, gerou ambiente propício à recepção da tratadística italiana, castelhana, flamenga e francesa. Existiu re-conhecimento da ideia e da consciência liberal dos artistas; mesmo em clima de Contra-Maniera (que fechava a irreverência dos artistas) a tradição do legado intelectual permanecia, e é de crer que dentro da Irmandade de São Lucas no Mosteiro da Anunciada se seguisse o debate teórico sobre o primado do debuxo e a ideia motriz da criação, à luz do que ensinavam os tratados disponíveis

    Giraldo Fernandes de Prado (c. 1530-1592) nasceu em Guimarães, na nobreza rural ligada aos Prados, senhores de Farelões, serviu o condado de Barcelos, trabalhou para a Casa de Bragança em Vila Viçosa ao serviço de D. Teodósio II, viveu em Almada ligado a círculos da corte, foi pintor, iluminador, calígrafo e cavaleiro fidalgo e era tido, segundo diz o lóio Jorge de S. Paulo, «homem de admiravel pincel na arte da pintura». A obra identificada confirma esse qualificativo: foi nome relevante da geração de Luís de Camões, dos pintores Campelo e Venegas, do iluminador António Fernandes, do tratadista Francisco de Holanda. A ele se deve em 1560-61 o primeiro tratado português de Caligrafia, mss. que identificámos num arquivo nova-iorquino. Terá sido concebido para o ensino do filho de D. Teodósio I, D. João, conde de Barcelos e futuro 6º Duque de Bragança (1563-1583). O interesse deste Tratado de Letra Latina (Columbia University, Rare Book & Manuscripts LIbrary, Cód. Plimpton, MS 297) e bem assim de outro mss. desse fundo (Manual para Copistas, Códice Plimpton, MS 296), ainda inédito, impõe edição facsimilada. Os mss. procedem do fundo Georg Plimpton: em 1798 estavam em Mayence, em 1865 entram na posse do conde de Renessee Breidbach, em 1903 na de George Plimpton, cuja biblioteca é doada em 1932 ao actual arquivo. O tratado elogia a letra canceleresca à luz do humanismo cristão de Luca Pacioli (De Divina Proportione Veneza), Geoffrey Tory (Champ Fleury) e Aldo Manucio (De Aeta de P. Bembo) e a forma geométrica do alfabeto na grelha quadrada (relação 1:9). Tais tratados eram conhecidos de Francisco de Holanda e outros, e explicam as referências literárias e os círculos em que se movia Giraldo.

     A arte da Caligrafia e as artes afins passaram a constituir sub-domínio importante da História da Arte. Os humanistas, de Erasmo a Juan Luís Vives e João de Barros, preocuparam-se pela educação dos jovens da nobreza, os filhos-família a quem se destinavam lugares nas esferas do aparelho de Estado, razão acrescida para lhes fornecer bases de escrita e caligrafia harmoniosa segundo os valores do humanismo cristão e da doutrina neoplatónica. Os primeiros calígrafos portugueses de que se tem registo foram Frei Heliodoro de Paiva, filho do estadista Bartolomeu de Paiva e monge da livraria de Santa Cruz de  Coimbra, falecido em 1552, e João de Barros, que em 1539 deu à estampa uma Grammatica da Lingoa Portugueza. Quanto ao primeiro, porém, não resta obra, e o livro de Barros, embora incluindo xilogravuras com letras acompanhando a cartilha, não é propriamente um manual de caligrafia. O ensino dos filhos da nobreza era prioridade no investimentos da Dinastia de Avis. Clenardo, ao chegar em 1535 a Évora, notava como floresciam os estudos dos príncipes, augúrio da projecção do Reino. A infanta D. Maria de Portugal (1538-77), princesa de Parma e Plasência, quando casou com Alessandro Farnese, Duque de Parma, fazia alarde de esmerada educação, com ensino das letras, da Matemática, Astrologia, Filosofia e língua grega. Estas matérias eram ensinadas em Vila Viçosa na corte do 5º Duque D. Teodósio I. Não admira que tanto Giraldo de Prado e Manuel Barata, calígrafos de primeiríssima linha, fossem cavaleiros-funcionários dessa casa. O facto de se tratar de uma actividade descurada nos estudos dos historiadores de arte, como se o seu desenvolvimento se situasse à margem da prática artística e não no plano mais fundo da sua essência, impõe que se destaque a sua presença nos círculos quinhentistas nacionais.

     Tudo começa no século XV com a introdução da tipografia. Os humanistas do Norte de Itália, intelectuais progressistas, aspiram a ver impressas as suas obras com tipos desenhados com régua e compasso, numa harmonia assente em ‘proporções ideais’ capazes de reflectir a dignitas, a liberalitas e a virtú do homem do Renascimento. Os primeiros tipógrafos italianos usam as belas letras romanas, moldam tipos de chumbo com formas derivadas de construções geométricas seguindo os padrões dos humanistas. O modo geométrico foi o processo ideal para conceber a arte do tempo, e também a Caligrafia se adequou às ‘proporções ideais’. Desenham-se de more geometrico caracteres que reflectem o antropocentismo e a harmonia do mundo, as belas proporções à luz dos princípios matemático-lógicos. Para os scriptores e calígrafos italianos, a famosa inscrição da lápide gravada na base da Coluna de Trajano por Apolodoro de Damasco, grego ao serviço dos romanos, foi fonte para os calígrafos, que viam nessas letras latinas a base-legitimação do rigor, legibilidade e beleza que se pretendia recuperar. O interesse pela epigrafia da Antiguidade e o estudo das proporções ideais (‘divinas’) do corpo em Leonardo ou Durer, levam à edição de tratados sobre as letras versais romanas. Comum a todos é a inserção das letras no quadrado, forma geométrica pura. A qualificação da Caligrafia vai ter fortuna nos séculos seguintes, dando corpo às diversificadas formas de escrita, em nome da harmonia, ordem e sentido ontológico do mundo... Quando Aldo Manuccio discorreu sobre a forma geométrica das letras segundo a grelha quadrada (relação 1:9) e fez elogio da letra canceleresca (letra humanística) está consumada a ruptura com os scriptores medievais, que traçavam as letras à medida do olho, seguindo os cânones da ortodoxia monástica, enquanto os calígrafos da Renascença reivindicam uma qualidade estética superior em nome do antigo, usando régua e compasso. A perfeição e harmonia baseava-se no estudo da perspectiva e da ciência das proporções numéricas e traduzia-se em figuras geométricas elementares (corte áureo). Estadistas, cientistas, poetas, matemáticos, arquitectos, artistas recriam o pensamento dos filósofos greco-romanos, pesquisam os ideais estéticos, rejeitam a letra gótica («bárbara») e recriam o uso da letra romana. A época de ouro da Caligrafia inclui o Champ Fleury de Geoffroy Tory (Paris, 1524), os de Luca Pacioli (Summa di Arithmetica Geometria Proportione e Proportionalita, 1494), Aldo Manuccio (ed. De Aeta de Pietro Bembo, 1495), Ugo da Carpi (Thesauro de scrittori de 1535), Ludovico Arrighi Vicentino (La Operina, 1522, e Il modo de Temperare le Penne, 1525), Giovantonio Andrea Tagliente (La vera arte de lo Excellente scrivere de diverse varie sorti di Litere, Veneza, 1524), Giovanbattista Palatino (Libro nuovo d'imparare a scrivere Tutte Sorte Lettere antiche et moderne, Roma, 1540, e Compendio del gran volume, 1566), e outros italianos, e Gerardus Mercator (Literarum Latinarum, 1540), o biscaínho Juan de Yçiar (Arte Subtilissima por la qual se enseña a escrevir perfectamente, Zaragoza, 1546, com várias edições, sendo a de 1559 a que foi utilizada por Giraldo), Georg Bocskay (Mira Calligraphicae Monumenta, 1561-62), etc. Um dos mais populares é o de Giovannantonio Tagliente (1468-1527), calígrafo de Veneza que cria a letra ‘Bembo’, La vera arte de lo Excellente scrivere de diverse varie sorti di Litere. Este aprofunda o modo simples de Arrighi, ao propôr letras floreadas a que chamou cancelleresca pendente (quase ilegível) como a letra Trattizata, Bollatica e Imperiale. Das letras itálicas leva a palma a lettera cancelleresca em uso nas chancelarias das cidades-estado italianas. Em 1531 Tagliente defende a Caligrafia à luz da razão geométrica com propósito de educar, e Ugo da Carpi (Thesauro de scrittori, 1535) seguiu nessa linha, compondo uma gravura com utensílios da arte da Caligrafia, depois utilizada no tratado de Palatino e no de Giraldo.

     Antes do livro de Manuel Barata (edições em 1590 e 1592 e acaso já em 1572) as questões da arte da Caligrafia eram já patrocinadas e discutidas na Corte dos Duques de Bragança. No Renascimento, muitos são os humanistas, de Erasmo a Juan Luís Vives e a João de Barros, que se preocupam pela formação dos jovens da nobreza, os filhos-família de destinados ao aparelho de Estado, razão acrescida para obterem bases de escrita (cartilhas, princípios pedagógicos e tipos caligráficos cancellerescos). Os dados que se sabem sobre Giraldo são reveladores do seu destaque estatutário. É na corte de Lisboa que desenha o Tratado de Letra Latina com objectivo de dignificar a Caligrafia e educar príncipes (acaso D. João I, 6º Duque de Bragança). Em 1569-71, faz as iluminuras do Compromisso da Irmandade das Almas de S. Julião de Setúbal (Biblioteca Municipal de Setúbal), que andou mal atribuído a Francisco de Holanda. Essa Confraria foi fundada em Novembro de 1569, com Estatutos segundo modelo da Irmandade das Almas da igreja da Madalena de Lisboa, e teve Compromisso aprovado em Maio de 1571, pelo que a iluminação do códice tem de ser situada cerca de 1570-71. Em 1581, está estabelecido em Almada, mora no convento domínico de São Paulo e trabalha para o teólogo D. Francisco Foreiro, está ligado ao cronista régio Francisco de Andrada, em cujas casas passa a morar, e aos Sousas Coutinhos; pinta em 1584 a Bandeira da Misericórdia, é confirmado em 1585 cavaleiro da Casa Ducal de Bragança, recebe subsídio para sustento de uma moradia em Vila Viçosa, pinta os frescos da igreja de Santo António nessa vila ducal, em 1589 desloca-se a Braga, a pintar os retábulos do mosteiro de Vilar de Frades e em 1590 pinta as seis tábuas do retábulo da Misericórdia de Almada. Tem criado e discípulo, André Peres, que o substituirá no cargo de pintor da Casa de Bragança. Em Julho de 1592 falece nas casas de Almada (jaz em S. Tiago). A viúva não ficou abonada: em Junho de 1604, Catarina Nunes nomeia procurador o padre Manuel das Chagas para receber da confraria de Nª Sª do Rosário de Montemor-o-Novo certa dívida (acaso de obra do marido), sendo testemunha o moço Luís do Prado, filho do casal, então criado de D. Francisco da Câmara. A obra de Giraldo Fernandes de Prado para a Casa de Bragança deve ter incluído a direcção de projectos decorativos como os revestimentos a stucco e esgrafito maneiristas, caso da capela centralizada no Paço de Vila Viçosa com ornamento estucado. Além das tábuas do retábulo da Misericórdia de Almada, deixou outras na Capela de Nª Sª da Luz da Sé de Portalegre. Também são suas duas tábuas em Sesimbra (Capela do Espírito Santo dos Mareantes). Em Vila Viçosa há frescos seus no oratório de D. Teodósio I, recém-restaurado. Todas estas obras revelam as altas qualidades do cavaleiro-pintor dos Braganças. No Cap. 12 do Breve Tractado de lluminaçam, mss. anónimo de c. 1630 (Arquivo da Universidade de Coimbra), elogia-se o Prado pela qualidade das matérias-primas e técnicas que utilizava com sucesso na arte de dourar, policromar e iluminar.

     O códice Plimpton MS 297 Tratado da Letra Latina por Giraldo Fernandes de Prado, de 1560-1561 (Columbia University, New York) é o mais antigo testemunho da Caligrafia em Portugal. Giraldo mostra-se aqui homem de sólida cultura humanística. Revela domínio da Geometria e da Perspectiva e o gosto pelo grotesco que perpassará nas suas obras a fresco. Os 51 fls. mostram engenho, com citações de Içiar, Palatino e Tagliente: o fólio com objectos de calígrafo inspira-se num fl. de Sigismondo Fanti, Thesauro de scrittori (1535), mas ignora-se se esta edição estava nas bibliotecas do tempo do Tratado de Letra Latina. As afinidades dos desenhos de 1560 são flagrantes face aos do livrinho Exemplares de Diversas Sortes de Letras tirados da Polygraphia de Manuel Baratta, escriptor português, ed. João de Ocanha (1592). Deste livro restam pouquíssimos exemplares: da edição de 1572, nenhum; da de 1590, quatro; e cinco da edição de 1592, um dos quais integra a Biblioteca Pública de Braga. A obra de Barata mereceu encómio como a primeira em que surgem «os originais de Letras abertas em chapa» e a excelente letra chancelerescaa, bastarda itálica e romana». Tal como na ed. de 1590, a de 1592 contém 18 fls. com modelos caligráficos de chapas abertas em metal e madeira. Foi publicada postumamente, junto com duas outras obras reunidas numa só: Tratado de Arismetica com mvyta diligencia de Gaspar Nicolás (Lisboa, ed. Germão Galharde, 1519) e Regras qve ensinam a maneira de screver a orthographia da lingva Portuguesa de Pero de Magalhães de Gândavo. Não se sabe com que objectivo João de Ocanha, livreiro do Duque de Bragança, reuniu estes três livros num só. Barata nasce na Pampilhosa, veio cedo para Lisboa onde se tornou calígrafo de renome, mestre de escrita do malogrado príncipe D. João, pai de D. Sebastião, e entra (tal como Giraldo) ao serviço de D. Teodósio I na corte de Vila Viçosa.

     Se uma das matérias nobilitantes que recebeu maior estímulo da parte dos Duques de Bragança foi a arte da Caligrafia; não admira que tanto Manuel Barata como Giraldo Fernandes de Prado, calígrafos de primeiríssima linha, tivessem sido cavaleiros-funcionários da Casa. O elogio de Camões, num belo soneto que acompanha as ed. de 1590 e 1592 (e já deveria constar da de 1572) e é um verdadeiro elogio à arte da Caligrafia, diz o seguinte sobre Barata: «Ditosa pena, como a mão que a guia, / Com tantas perfeyçõens da sutil Arte, / Que quãdo com razão venho a louvarte, / Em teus louvores perco a fantasia. / Porém Amor, que effeitos vários cria, / De ti cantar me manda em toda parte, / Não em plectro belígero de Marte, / Mas em suave & branda melodia. / Teu nome Emmanuel, de hum noutro Pólo, / Voando se levanta, & te pregoa, / Agora que ninguém te levantava. / E porque immortal sejas; eys Apolo / Te offerece de flores a Coroa  /Que já de longo tempo te guardava».

 

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