A emergência de uma cultura nobiliárquica: a cultura nobre e a emergência do cerimonial de corte.

26 Novembro 2019, 14:00 Rodrigo Furtado


1.     Cultura nobre – cultura popular

1.1   Até ao século XII-XIII

1.1.1        Cultura profana nobre: mais próxima da cultura popular que a cultura clerical de elite.

1.1.2        Até ao século XI: menor ordem no quotidiano aristocrático: por oposição ao contexto litúrgico clerical; os contextos formais políticos são religiosos: e.g. coroações

1.1.3        Germanização da sociedade: degradação dos mecanismos de civilidade de distinção social romana, que assentavam numa cultura escrita; esbatem-se traços que permitem definir grupos em termos de comportamento.

1.2   A partir do século XII:

1.2.1        Invenção de um comportamento quotidiano distinto no seio da nobreza: a civilidade.

 

2.     A civilidade.

2.1   Produção de um sistema de comportamentos e de uma etiqueta.

2.2   Elemento de distinção social (que se propaga muito lentamente de cima para baixo).

2.3   Muito influenciado pela cultura de elite clerical: a REFORMA dos comportamentos.

2.3.1        Afastamento face ao carnal

2.3.2        Colocar objectos entre o corpo e o exterior: tem a ver com pureza e não com higiene.

2.3.2.1    Lavar as mãos;

2.3.2.2    Talheres: fim Idade média (faca); garfo (fim XVI-XVII).

2.4   Ordem – Etiqueta: organização estrita do quotidiano em função de regras pré-determinadas.

2.4.1        Missa;

2.4.2        Refeições;

2.4.3        Música/Dança;

2.4.4        Cerimonial militar e civil.

 

3.     Etiqueta.

3.1   Influência da liturgia religiosa;

3.2   Imitação rígida e orientalizante da etiqueta bizantina com origem na Antiguidade tardia: Carolíngios, Otões; Capetíngios.

3.3   A partir do século XII: formalização de uma etiqueta de corte + sociedade de corte + sistema social que tem a corte como centro: corte como micro-cosmo da sociedade.

 

4.     As cortes.

4.1   Origens no mundo carolíngio; desenvolvem-se nos séculos XI-XIII.

4.2   Centripedia e atracção;

4.3   A tese de Norbert Elias: a corte como lugar de disciplinação e controlo;

4.4   Organização de pessoas socialmente inactivas: shaping, performing, interpretating behaviour;

4.4.1        Como?

·       O exemplo/a imitação;

·       A competição;

·       Uma cultura da vergonha.

4.5   Os manuais de civilidade: a partir do século XII; hierarquia, mesa, sexo. O Urbanus Magnus (ca. 1200). Auto-controlo.

4.6   Patrocínio e vassalagem; a hierarquia na corte e o lugar à mesa – estabelecer a ordem; mostrar a ordem.

4.7   A corte como novo local de distinção para o cavaleiro além da guerra:

4.7.1        O “segundo” ethos do cavaleiro começa a emergir ca. 1180-1200: o cavaleiro e a paz – caça; honor et dignitas; generosidade; cultura: poesia, música e dança; sagesse; aparência.

4.7.2        A competição entre linhagens e a paz.

4.7.3        A competição entre cortes.