A complexificação de Deus – debates em torno da divindade cristã e a definição da Trindade.

23 Setembro 2021, 15:30 Rodrigo Furtado

I.                Niceia – 20 de Maio – 325.

1.      Um imperador; 318 (?) bispos de todo o império; c. 1800 participantes.

2.      Niceia (Iznik): uma cidade grega entre a Europa e a Ásia. No palácio imperial.

3.      Um problema: quem é/era Jesus de Nazaré. Um problema cristológico.

 

II.              As devoções imperiais

1.      As devoções particulares: E.g. Heliogábalo (imp. 218-222); Severo Alexandre (imp. 222-235); Aureliano (imp. 270-275); Diocleciano (284-305) e Maximiano (293-305).

 

‘E porque aquele verso que o poeta romano cantou sobre o vosso Júpiter, que tudo está pleno de Júpiter, provavelmente contemplando no seu espírito que, embora o próprio Júpiter detenha o vértice mais alto do céu, sentando-se sobre as nuvens e sobre os ventos numa luz perpétua, a sua divindade e a sua razão derramam-se sobre o mundo, isso agora eu ouso pregar sobre cada um de vós: onde quer que estejais, ainda que vos retireis para um só palácio, a vossa divindade espalhar-se-á e todas as terras e todos os mares estarão cheios de vós. O que há de admirável nisto se, uma vez que este pode estar cheio de Júpiter, possa  estar também cheio de Hércules? (Mamertino, Panegírico a Maximiano 11.14.2-4)

 

2.      Constantino (306-337): as visões de Apolo; o sonho da véspera da ponte Mílvia: o . A visão: Ἐν τούτῳ νίκα/in hoc signo uinces.

 

III.             O Arianismo.

1.     Ário (256?-336): um sacerdote que se incompatibiliza com Alexandre de Alexandria. Concílios locais e violência entre partes.

2.     Subordinacionismo ou Coordenacionismo (no tempo e na essência)? Uma divindade una ou uma divindade trina? Igualdade ou diferença? Criatura?

3.     O Arianismo e a discussão acerca do lugar de Cristo na Trindade. A substância do Filho, as doutrinas de Ário e o concílio de Niceia (325). ‘Filho unigénito’?; ‘nascido do Pai’?; ‘Deus de Deus’?; ‘Gerado não criado’?; ‘Consubstancial ao Pai’?.

 

IV.             O concílio de Constantinopla (381).

1.      Teodósio (379-395): convoca o concílio de Constantinopla, mas não participa nas sessões.

 

Creio em Deus, Pai todo poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em Jesus Cristo, seu único filho, nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por ele, todas as coisas foram feitas e por nós homens e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria (Credo de Niceia-Constantinopla)

 

V.              Éfeso (431) e Calcedónia (451).

1.      Os concílios de Éfeso (431) e de Calcedónia (451).

2.      O debate sobre as duas naturezas de Cristo – Monofisismo e Nestorianismo.

3.      A derrota do Monofisismo em Calcedónia: ἐν δύο φύσεσιν ἀσυγχύτως, ἀτρέπτως, ἀδιαιρέτως, ἀχωρίστως – in duabus naturis inconfuse, immutabiliter, indivise, inseparabiliter (=em duas naturezas, de forma inconfusa, imutável, indivisa e inseparável).