Perspectivas de Abordagem: O individualismo metodológico

9 Março 2018, 12:00 João dos Santos Ramalho Cosme

A ligação entre a pesquisa factual e as teorias. Só podemos desenvolver explicações teóricas se as pudermos testar com base em pesquisas factuais.

As teorias são necessárias para nos ajudar a atribuir sentido a muitos factos com que nos deparamos. Os “approaches” e os modelos procuram ajudar a compreender o mundo tal como é. Durkeim no seu manual Regras do Método sociológico (1895) frisa a importância dos factos sociais. Entende-os como «a maneira de agir, de pensar e sentir, exteriores ao indivíduo». Acrescenta ainda que o facto social «reconhece-se no poder de coerção externo que este exerce ou é susceptível de exercer sobre o indivíduo». Por sua vez, Max Weber nega o papel dos determinismos sociais, pelo que em coerência lógica nega que os factos políticos sejam devedores dos determinismos sociais relacionando com o todo social. Assim, tendo por base a sociologia weberiana relativiza-se significativamente o determinismo das estruturas sociais, relevando as lógicas da acção individual nos acontecimentos. O Individualismo, no sentido metodológico, significa que, «para explicar um fenómeno social, é necessário descobrir as causas individuais, ou seja, compreender as razões que levam os actores sociais a fazer o que fizeram ou acreditarem naquilo em que acreditam». A perspectiva individualista apresenta a matriz racionalista e a emocional. Como podem ser explicados/compreendidos os actos políticos? Nesta perspectiva está bem vincado o indivíduo. Assim, tenho de conhecer o indivíduo e isso consegue-se através da sua biografia (fico a conhecer as suas ideias religiosas, morais, taras e manias, etc). É o Chefe/líder que tem o papel preponderante por isso tenho de esmiuçar a pessoa do Chefe. As acções do decisor político estão condicionadas pela pessoa do Chefe, é o Chefe que condiciona/influencia as decisões politicas.