Sumários
A vida (1): Medicina e superstição na Idade Média
28 Setembro 2020, 18:00 • Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues
Análise do Tesouro dos Pobres de Pedro Hispano: quem foi Pedro Hispano e quais são as suas obras, médicas e outras. Os autores, antigos e medievais, citados no Tesouro dos Pobres. As receitas não atribuídas, ou atribuídas ao Experimentador. O contributo da medicina popular e do próprio autor. As receitas mágicas e pertencentes ao maravilhoso cristão.
Discussão sobre a evolução dos projetos de trabalho.
Bibliografia:
GRMK, Mirko D. (dir.), Histoire de la pensée médicale en Occident, vol. 1, Antiquité et Moyen Age, Paris, Seuil, 1995.
MEIRINHOS, José, Pedro Hispano (século XIII), 2 vols., dissertação de Doutoramento em Filosofia, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2002
___, “O papa João XXI e a ciência do seu tempo”, in Manuel Cadafaz de Matos (coord.), A apologia do latim. In honorem Dr. Miguel Pinto de Meneses (1917-2004), Lisboa, Ed. Távola Redonda, vol. I, 2005, pp. 129-71.
PEREIRA, Maria Helena da Rocha, “Petri Hispani Thesaurus Pauperum. Edição crítica com prefácio, tradução e notas”, in Obras Médicas de Pedro Hispano, Coimbra, Universidade de Coimbra, 1973, pp. 37-408.
___, A Obra Médica de Pedro Hispano. Separata das Memórias da Academia das Ciências de Lisboa – classe de Letras, 18, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1977.
RODRIGUES, Ana Maria S. A., “Ciência e Magia no Tesouro dos Pobres de Pedro Hispano”, in D’Aquém, d’Além e d’Ultramar. Homenagem a António Dias Farinha, vol. I, Lisboa, Centro de História - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2015, pp. 679-698.
THORNDIKE, Lynn, A History of Magic and Experimental Science. 2nd printing, vols. I e II, New York, Macmillan, 1929
O Cristianismo e a luta contra as crenças e práticas anteriores
21 Setembro 2020, 18:00 • Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues
O que são crenças e práticas em geral e no âmbito religioso: as definições das Ciências Humanas, da Filosofia e da Teologia. Ritos e rituais na Antropologia, na Sociologia e na História. O "paganismo" denunciado pelos autores cristãos: cultos tardo-romanos; revivalismo de crenças e práticas pré-romanas durante as invasões bárbaras; os cultos trazidos pelos invasores. As medidas tomadas pela Igreja para combater esse paganismo: destruição de lugares e objetos de culto; sua substituição por cultos cristãos. O calendário litúrgico e a sua relação com festas pagãs desviadas do seu sentido inicial. A persistência das práticas mágicas e divinatórias no quotidiano medieval e a perseguição das "superstições": doutrinação, penitência.
Análise do texto de Martinho de Braga, Instrução pastoral sobre superstições populares. De correctione rusticorum (Edição, tradução, introdução e comentários de Aires A. Nascimento, com a colaboração de Maria João V. Branco, Lisboa, Edições Cosmos, 1997).
Bibliografia
CAZENEUVE, Jean, “Rites”, Encyclopaedia Universalis, v. 20, Paris, 1992, pp. 64-65.
LE GOFF, Jacques, “Cultura clerical e tradições folclóricas na civilização merovíngia”, in Para um novo conceito de Idade Média. Tempo, trabalho e cultura no Ocidente, Lisboa, Ed. Estampa, 1980, pp. 207-219.
RICŒUR, Paul, “Croyance”, Encyclopaedia Universalis, v. 6, Paris, 1993, pp. 870-877.
SCHMITT, Jean-Claude, História das Superstições, Lisboa, Publ. Europa-América, 1997.
SCHMITT, Jean-Claude, “Religion populaire et culture folklorique”, Annales, Economies, Sociétés, Civilisations, 1976, pp. 941-953.
SCHMITT, Jean-Claude, “Les Superstitions”, in Histoire de la France Religieuse, dir. J. LE GOFF e R. REMONDON, vol. 1, Paris, Seuil, 1988, pp. 416-551.
SINDZINGRE, Nicole, “Rituel”, Encyclopaedia Universalis, v. 20, Paris, 1992, pp. 68-71.
WEIL, Eric, “Pratique et praxis”, Encyclopaedia Universalis, v. 18, Paris, 1992, pp. 869-872.
Apresentação
14 Setembro 2020, 18:00 • Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues
Apresentação do programa, da bibliografia e do modo de avaliação.
A avaliação consistirá num trabalho de investigação a realizar, ao longo do semestre, em torno do texto medieval A Visão de Túndalo. Começará por ser feito um projeto que será apresentado e discutido na aula do dia 26 de outubro. O trabalho propriamente dito será apresentado oralmente numa das últimas aulas, em data previamente marcada, e entregue por escrito até uma semana mais tarde, valendo 70% da nota. Os restantes 30% serão atribuídos à participação nas aulas.
O horário de atendimento é às 2ªs feiras, das 15:00 às 17:00, na sala 1.20. Há um sítio na plataforma de e-learning dedicado a esta Unidade Curricular ("Crenças e Práticas em Torno da Vida e da Morte [20/21]"), onde serão depositados os PPT apresentados, assim como os textos e artigos a comentar nas aulas e todos os demais documentos considerados pertinentes.
A Visão de Túndalo – Uma viagem medieval ao Além
O texto original, irlandês ou latino, da Visão de Túndalo no contexto da literatura visionária medieval. As duas traduções portuguesas do séc. XV: semelhanças e diferenças. O manuscrito iluminado de Margarida de York e a iconografia do Inferno no séc. XV.
Fontes:
NUNES, J. J., “Textos antiguos portugueses. I: A visão de Tundalo ou o cavalleiro Tungullo”, Revista Lusitana, vol. 8, 1903-1905, pp. 239-262.
CASTRO, Ivo, Ana Maria Martins, Luiz Fagundes Duarte, José Manuel Feio e Patrícia Villaverde Gonçalves, “Vidas de santos de um manuscrito alcobacense: Vida de Tarsis, Vida de uma monja, Vida de santa Pelágia, Morte de são Jerónimo, Visão de Túndalo”, Revista Lusitana, nova série, vol. 4, 1982-1983, pp. 5-52.
GARDINER, Eileen (ed.), Visions of Heaven & Hell Before Dante, New York, Italica Press, 1989.
PEREIRA, F. M. Esteves, Visão de Tundalo, Revista Lusitana, vol. 3, 1985, pp. 97-120.
Bibliografia:
DINZELBACHER, Peter, “The Latin Visio Tnugdali and its French Translations”, in Thomas Kren (ed.), Margaret of York, Simon Marmion and the Visions of Tondal, Malibu, The J. Paul Getty Museum, 1992, pp. 111-118.
LEÓN ACOSTA, José, "Visão de Túndalo", in Giulia LANCIANI e Giuseppe TAVANI (dir.), Dicionário da Literatura Medieval Galega e Portuguesa, Lisboa, Caminho, 1993, pp. 683-684.
LEWIS, H. A., “The Vision of the Knight Tungano in the Literatures of the Iberian Peninsula”, Speculum, vol. 72, 1997, pp. 85-99.
LUCAS, M. C. A., “Literatura visionária”, in F. L. CASTRO, História da Literatura Portuguesa, vol. I, Lisboa, Publicações Alfa, 2001, pp. 298-302.
MESSIAS, Bianca Trindade, Memória, educação e salvação cristã na Visão de Túndalo (séculos XIV e XV), dissertação de Mestrado, São Luís, Universidade Estadual do Maranhão, 2016.
MOURÃO, José Augusto Miranda, A Visão de Túndalo: Da fornalha de ferro à cidade de Deus (em torno da semiótica das visões), Lisboa, INIC, 1988.
OLIVEIRA, Solange Pereira, A salvação como um itinerário no Além medieval: a viagem imaginária da Visão de Túndalo (sécs. XIV-XV), Niterói, Universidade Federal Fluminense, 2019.
ZIERER, Adriana, “A Visão de Túndalo no contexto das viagens imaginárias ao Além Túmulo: religiosidade, imaginário e educação no medievo”, Notandum, vol. 32, 2013, pp. 101-124.