Sumários

Aula 4 - A vida (2): A Sexualidade na Idade Média

3 Outubro 2022, 18:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

A transformação do pecado original num pecado da carne. O "fruto permitido": a lenta elaboração do sacramento do matrimónio; a sexualidade regrada dos esposos cristãos e a continência periódica. O "fruto proibido": a contraceção, o aborto, o infanticídio; o adultério; a prostituição; a homossexualidade masculina e feminina. 

Discussão do texto de Ana Maria S. A. Rodrigues, “Entre a sufocação da madre e o prurido do pénis: Género e disfunções sexuais no Thesaurus Pauperum de Pedro Hispano”, in Rumos e Escrita da História. Estudos em Homenagem a A. A. Marques de Almeida. Lisboa, Colibri, 2006, pp. 33-44. 

Bibliografia: 

BERNOS, Marcel, Philippe LÉCRIVAIN, Charles de la RONCIERE, Jean GUYNON, O Fruto Proibido, Lisboa, Ed. 70, 1991. 

BULLOUGH, Vern L. and James A. BRUNDAGE (ed.), Handbook of Medieval Sexuality, London / New York, Garland Publ., 1996. 

DUBY, Georges (introd.), Amor e sexualidade no Ocidente, Lisboa, Terramar, 1990. 

___, O cavaleiro, a mulher e o padre, Lisboa, Ed. D. Quixote, 1988. 

___, As três ordens ou o imaginário do feudalismo, Lisboa, Ed. Estampa, 1982. 

FLANDRIN, Jean-Louis, Un temps pour embrasser. Aux origines de la morale sexuelle occidentale (VIe-XIe siècles), Paris, Seuil, 1983. 

LE GOFF, Jacques e Nicolas TRUONG, Une histoire du corps au Moyen Âge, s. l., Liana Levi, 2003. 

LOCHRIE, Karma, Peggie McCRACKE and James A. SCHULTZ (ed.), Constructing Medieval Sexuality, Minneapolis / London, University of Minnesota Press, 1997. 

POLY, Jean-Pierre, Le chemin des amours barbares. Genèse médiévale de la sexualité européenne, Paris, Perrin, 2003. 


Aula 3 - A vida (1): Medicina e superstição na Idade Média

26 Setembro 2022, 18:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

Análise do Tesouro dos Pobres de Pedro Hispano: quem foi Pedro Hispano e quais são as suas obras, médicas e outras. Os autores, antigos e medievais, citados no Tesouro dos Pobres. As receitas não atribuídas, ou atribuídas ao Experimentador. O contributo da medicina popular e do próprio autor. As receitas mágicas e pertencentes ao maravilhoso cristão.

Discussão em torno de alguns capítulos do Penitencial de Martim Pérez (Mário Martins, "O Penitencial de Martim Perez em medievo-português", in Estudos de Literatura Medieval, Braga, 1956, pp. 81-92).

Bibliografia:

GRMK, Mirko D.  (dir.), Histoire de la pensée médicale en Occident, vol. 1, Antiquité et Moyen Age, Paris, Seuil, 1995.

MEIRINHOS, José, Pedro Hispano (século XIII), 2 vols., dissertação de Doutoramento em Filosofia, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2002

___, “O papa João XXI e a ciência do seu tempo”, in Manuel Cadafaz de Matos (coord.), A apologia do latim. In honorem Dr. Miguel Pinto de Meneses (1917-2004), Lisboa, Ed. Távola Redonda, vol. I, 2005, pp. 129-71.

PEREIRA, Maria Helena da Rocha, “Petri Hispani Thesaurus Pauperum. Edição crítica com prefácio, tradução e notas”, in Obras Médicas de Pedro Hispano, Coimbra, Universidade de Coimbra, 1973, pp. 37-408.

___, A Obra Médica de Pedro Hispano. Separata das Memórias da Academia das Ciências de Lisboa – classe de Letras, 18, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1977.

RODRIGUES, Ana Maria S. A., “Ciência e Magia no Tesouro dos Pobres de Pedro Hispano”, in D’Aquém, d’Além e d’Ultramar. Homenagem a António Dias Farinha, vol. I, Lisboa, Centro de História - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2015, pp. 679-698.

THORNDIKE, Lynn, A History of Magic and Experimental Science. 2nd printing, vols. I e II. New York: Macmillan.


Aula 2 - O Cristianismo e a luta contra as crenças e práticas anteriores

19 Setembro 2022, 18:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

O que são crenças e práticas em geral e no âmbito religioso: as definições das Ciências Humanas, da Filosofia e da Teologia. Ritos e rituais na Antropologia, na Sociologia e na História. O "paganismo" denunciado pelos autores cristãos: cultos tardo-romanos; revivalismo de crenças e práticas pré-romanas durante as invasões bárbaras; os cultos trazidos pelos invasores. As medidas tomadas pela Igreja para combater esse paganismo: destruição de lugares e objetos de culto; sua substituição por cultos cristãos. O calendário litúrgico e a sua relação com festas pagãs desviadas do seu sentido inicial. A persistência das práticas mágicas e divinatórias no quotidiano medieval e a perseguição das "superstições": doutrinação, penitência. 

Discussão do texto de Martinho de Braga, Instrução pastoral sobre superstições populares. De correctione rusticorum (Edição, tradução, introdução e comentários de Aires A. Nascimento, com a colaboração de Maria João V. Branco, Lisboa, Edições Cosmos, 1997). 

Bibliografia 

CAZENEUVE, Jean, “Rites”, Encyclopaedia Universalis, v. 20, Paris, 1992, pp. 64-65. 

LE GOFF, Jacques, “Cultura clerical e tradições folclóricas na civilização merovíngia”, in Para um novo conceito de Idade Média. Tempo, trabalho e cultura no Ocidente, Lisboa, Ed. Estampa, 1980, pp. 207-219. 

RICŒUR, Paul, Croyance, Encyclopaedia Universalis, v. 6, Paris, 1993, pp. 870-877.  

SCHMITT, Jean-Claude, História das Superstições, Lisboa, Publ. Europa-América, 1997. 

SCHMITT, Jean-Claude, “Religion populaire et culture folklorique”, Annales, Economies, Sociétés, Civilisations, 1976, pp. 941-953. 

SCHMITT, Jean-Claude, “Les Superstitions”, in Histoire de la France Religieuse, dir. J. LE GOFF e R. REMONDON, vol. 1, Paris, Seuil, 1988, pp. 416-551. 

SINDZINGRE, Nicole, “Rituel”, Encyclopaedia Universalis, v. 20, Paris, 1992, pp. 68-71. 

WEIL, Eric, “Pratique et praxis”, Encyclopaedia Universalis, v. 18, Paris, 1992, pp. 869-872.


Apresentação

12 Setembro 2022, 18:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

presentação do programa, da bibliografia e do modo de avaliação da Unidade Curricular. Apresentação dos PPT 1. Como fazer um trabalho de investigação e 2. Visões medievais do Além. 

Cada sessão deste seminário será constituída por duas partes: na primeira, haverá a exposição de uma parte da matéria, apoiada num PPT. Na segunda, discutir-se-á um artigo ou documento previamente distribuído.  

A avaliação consistirá num trabalho de investigação a realizar, ao longo do semestre, em torno do texto medieval A Visão de Túndalo ou ainda da Divina Comédia de Dante Alighieri. Começará por ser feito um projeto que será enviado à docente até 10 de outubro e apresentado e discutido nas aulas dos dias 17 e 24 de outubro. O trabalho propriamente dito será apresentado oralmente numa das últimas aulas, em data previamente marcada, e entregue por escrito até uma semana mais tarde, valendo 70% da nota. Os restantes 30% serão atribuídos à assiduidade e participação qualificada nas aulas. 

O horário de atendimento presencial é às 2ªs feiras, das 15:30 às 17:30, na sala A 104 (Instituto de História Medieval). Há um sítio na plataforma de e-learning dedicado a esta Unidade Curricular ("Crenças e Práticas em Torno da Vida e da Morte [22/23]"), onde serão depositados os PPT apresentados, assim como os textos e artigos a comentar nas aulas e todos os demais documentos considerados pertinentes.