Jogo de Cena de Eduardo Coutinho
30 Março 2020, 14:00 • Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes
MARÇO 6ªFEIRA 9ª AULA
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A aula de hoje decorreu a partir das indicações apresentadas pelo Prof. Pedro Florêncio, especialista na área do cinema e que nos acompanha regularmente, tal como os Professores Sérgio Mascarenhas e Alexandre Pieroni Calado no programa deste Seminário de Espectáculo e Cognição.
Seguindo uma linha de optimização do assunto trabalhado pelo Prof. Sérgio - o jogo e suas implicações filosóficas, estéticas, sociológicas e performativas -, o Prof. Pedro fez chegar a todos
De: Pedro Florêncio <pedroflorencio17@hotmail.com>
Enviado: quarta-feira, 25 de março de 2020 00:31
Para: Anabela Mendes <anmendes@netcabo.pt>; Marcondes Lima <lima.marcondes@gmail.com>; Eliane Ramin <elianeramin@gmail.com>
Cc: Sérgio Mascarenhas <smascrns@gmail.com>; Alexandre Pieroni Calado <alexandrepieronicalado@gmail.com>; Maria João Vicente <mariajoaoavicente@gmail.com>; maria-josefina@edu.ulisboa.pt <maria-josefina@edu.ulisboa.pt>; patriciaanthony@edu.ulisboa.pt <patriciaanthony@edu.ulisboa.pt>; Andrezza Alves <berceuse1@gmail.com>; Josseline black <josselineblack@gmail.com>; Sérgio das Neves <abominavelsergiodasneves@hotmail.com>
Assunto: RE: proposta para um Skype
as suas indicações para a presente aula.
Teremos de fazer a aula de Sexta-Feira das 16h às 17h por Skype, visto que no Zoom há tempo limite de 40 minutos e não estou a conseguir obter autorização para excedermos esse tempo. Já agendei a reunião na mesma página onde tivemos a nossa conversa. Basta ligarem o Skype e irem à conversa "Espetaculo".
Para quem não esteve presente na reunião, este é o link para acederem directamente à reunião: https://join.skype.com/eMijcZ1BPu0m
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Aqui seguem os links para os conteúdos que abordaremos:
Jogo de Cena (filme) + texto sobre o filme que abordarei: https://we.tl/t-KmfesWg7sT
Pequeno documentário sobre o filme (sugerido pela Patrícia): https://www.youtube.com/watch?v=sCfw91wSIkY
Bacurau (filme a pedido da Maria João): https://mab.to/awj0KvzoZ
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Interessar-nos-á pensar o dispositivo cinematográfico enquanto jogo, de forma a darmos continuidade aos conteúdos expostos pelo prof. Sérgio. 'Equipem-se' por isso com as notas que tiraram nessas aulas para irmos a 'jogo'.
Voltaremos à Bauhaus mais à frente sem perder estas ligações, espero. Não andaremos longe da abstracção, isso é certo.
A nossa aula por Skype decorreu sob o cumprimento cabal das orientações do Prof. Pedro Florêncio, que iniciou a sessão enquadrando o realizador brasileiro Eduardo Coutinho do ponto de vista de uma estética cinematográfica inspirada em “objectos que captem a nossa atenção” de uma forma directa. Foram feitas referências inspiradoras a Jean Rouche, a Edgar Morin.
O filme analisado e comentado, Jogo de Cena, produz no espectador uma “economia da atenção”, estabelece com ele uma “ideia de veracidade” como se “o cinema desejasse a realidade” na perspectiva de André Bazin e da sua ideia de cinema total.
Recuperando a ideai de “economia da atenção” manifestei de forma breve a intencionalidade do meu estatuto de espectadora deste filme que vive de uma elaborada construção a partir da figura da entrevista. Entrevistadas actrizes muito conhecidas do público brasileiro, outras mais jovens, mas também identificáveis, sobre situações trágicas das suas vidas, nomeadamente a morte de filhos, constatei que a minha atenção se concentrou sempre nas mulheres anónimas, naquelas que as actrizes iriam replicar. O primeiro testemunho de partida revelou-se o mais autêntico, o mais difícil de ser desvendado. A análise do rosto, os movimentos das mãos e braços que procuravam compor o relato, as suspensões do discurso, talvez pela primeira vez assim apresentado, criaram emoção e empatia. Aquelas mulheres pareciam ser as estrelas primeiras do filme de Eduardo Coutinho, filme que resultou numa elevada elaboração sobre como se morre para o mundo materno e para a intimidade de cada mulher.
As entrevistadas profissionais explicaram, algumas delas, como se chora ou não chora, como são ou não capazes de representar a dor humana. No filme diz-se que as lágrimas autênticas pedem muita licença para existirem. Histórias avassaladoras costumam deixar menos fluidos do que imaginamos. A trágica Medeia, a mais antiga, jamais se compara no seu luto interior às ancestrais carpideiras que compõem serviços fúnebres.
Aulas previstas em Março – 5 |
Aulas dadas em Março - 5 |
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