II. Sobre Sentido e Denotação - 2

12 Fevereiro 2020, 18:00 António José Teiga Zilhão

Leitura, análise e discussão de Sobre Sentido e Denotação (1892) de Gottlob Frege - 2

A) Aplicação da distinção semântica sentido/denotação a frases afirmativas completas: o sentido de uma frase afirmativa é um pensamento; a denotação de uma frase afirmativa completa é um valor de verdade. B) Distinção entre uso cognitivo e uso artístico de uma língua: no primeiro caso as frases declarativas completas têm sentido e denotação; no segundo caso as frases declarativas completas apenas têm sentido mas não têm denotação. C) Valores de verdade como objectos. D) Análise de possíveis objecções à tese de que a denotação de uma frase declarativa completa seria um valor de verdade. E) A consideração de que a denotação de uma frase é um valor de verdade permite salvaguardar o princípio leibniziano de que a substituição de termos co-denotativos numa frase declarativa não afecta o valor de verdade da mesma. F) A consideração de que a denotação de uma frase é um valor de verdade permite salvaguardar a composição funcional de frases complexas, i.e., quando uma frase complexa contém outras frases como seus constituintes, a substituição destas por frases que denotam o mesmo valor de verdade permite salvaguardar o valor de verdade da frase complexa. G) Análise de uma consequência contra-intuitiva da tese de que a denotação de uma frase declarativa completa é um valor de verdade: todas as frases verdadeiras têm a mesma denotação - o Verdadeiro. H) O princípio do contexto fregeano: o juízo deve ser visto não como uma composição construída a partir de partes independentes, mas antes como uma decomposição retrogressiva do Verdadeiro nas partes constituintes de um sentido que o captura. I) Análise de excepções à tese geral de que a denotação de uma frase declarativa é um valor de verdade: nos casos nos quais uma frase declarativa completa contém outra frase declarativa completa como sua parte constituinte, a qual se encontra ou no discurso directo ou no discurso indirecto, a denotação da frase constituinte que se encontra no discurso directo é outro objecto que não um valor de verdade, a saber, uma frase, nomeadamente, a frase que nela se encontra entre aspas, e a denotação da frase constituinte que se encontra no discurso indirecto é um pensamento.