II. Sobre Sentido e Denotação - 1

10 Fevereiro 2020, 18:00 António José Teiga Zilhão

Leitura, análise e discussão de Sobre Sentido e Denotação (1892) de Gottlob Frege - 1


A) Consideração de modos possíveis de entender a igualdade: i) como uma relação entre sinais; ii) como uma relação entre objectos. B) Argumento que milita contra o segundo entendimento e a favor do primeiro: nos casos em que frases do tipo 'a=b' fossem verdadeiras, a diferença em valor cognitivo entre as mesmas e frases do tipo 'a=a' ficaria, no âmbito do segundo entendimento, por explicar. C) Argumento que milita contra o primeiro entendimento: o conhecimento que, com frequência, pretendemos exprimir por meio do uso de frases de igualdade do tipo 'a=b' é conhecimento efectivo e não conhecimento linguístico acerca do modo como usamos os sinais 'a' e 'b'. D) Solução para o problema: para além de uma denotação (o objecto designado), nomes e descrições definidas têm também um sentido (Sinn), o qual consiste no modo específico como a denotação dos mesmos é capturada; a descoberta, expressa numa frase do tipo 'a=b', de que dois sentidos distintos estão associados a uma mesma denotação é, frequentemente, uma descoberta com um conteúdo cognitivo significativo e não uma descoberta de âmbito meramente linguístico. E) Relação entre denotação e sentido: qualquer denotação é sempre capturada através de um sentido específico; mas daqui não se segue que todo o sentido capture uma denotação - existem sentidos aos quais nenhuma denotação corresponde. F) Distinção entre denotação habitual de um termo e denotação indirecta de um termo: a denotação indirecta de um termo não é um objecto mas, tipicamente, um sentido. G) Distinção entre denotação, sentido e representação como sendo paralela à distinção entre três dimensões ontológicas: a dimensão objectiva, a dimensão do pensamento e a dimensão psicológica.