A Metafísica do Belo

9 Março 2017, 10:00 Adriana Veríssimo Serrão

A hierarquia das technai

segundo o duplo critério da mimèsis  o bom modelo e a boa imitação.

 

No livro X (República 595 c e ss): Exemplificação dos graus do ser

 

Ideia (inteligível, una)

“no que diz respeito à Ideia não existe nenhum artífice que a possa executar”

 

Entes sensíveis

múltiplos, particulares, mas referidos ao modelo, como produções múltiplas (da unidade).

O artesão “fixa os seus olhos na Ideia para fazer, a partir dela, as camas, as mesas e os objectos de que nos servimos” (technè)

 

Imagens (eidolon, pl: eidola)

Coisas aparentes (phainomena) mas sem qualquer verdade (aletheia)

“este mesmo artesão não tem apenas o talento de fazer todos os móveis,

mas ainda todas as plantas e modela todos os seres vivos e a si mesmo; faz a terra, o céu, os deuses, tudo o que existe no céu e tudo o que existe na terra…”

 

 

 

“imita as coisas como são ou como parecem? (598a)

- alteração do ângulo de visão, multiplicação das perspectivas, diferenças de estilo, produção de irrealidades (phantasma/ pl: phantasmata)

“os poetas só criam phantasmata e não entes (ta onta)”

 

 

 

 

mos

imitações).

1.º grau . 2.º grau . 3.º grau.

“Mas vê agora que nome dás ao artesão que te vou dizer […], que faz todas as coisas que os diversos artesãos fazem cada um no seu género”.

 

Analogia com o espelho: Pintor de Ser (inteligível)

  • Aparecer (sensível)

  • Parecer – sombras / imagem

Agravamento do parecer:

O primado da filosofia (pensamento) sobre a poesia e pintura (produções de imagem)

Livro III: critério pedagógico e moral; critério político

Livro X: fundamentação ontológica

 

A mimèsis em O Sofista

219 a - 221 c 

 technai  →da aquisição →troca / captura →caça

                  →da produção (poiètikè)

 264 c- 268d

artes da produção (poiètikè)→  produção divina → realidade (mundo)

                                                                                             → imagens (sonhos)

                                                     → produção humana  → realidade (coisas, entes)

                                                                                               → imagens (eidolon / pl. eidola)

 

232 b-235 c

produção humana  de imagens (arte mimética)

                                                          → cópia (eicastikè technè).

                                                           → simulacro (phantastikè technè)

 

Cópia: eikôn  (ícone)

Simulacro (phantasma)

 

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-astronomia, arquitectura, música/ geometria/aritmética/

 

 

 

 

 

Obras de carácter geral e introdutório

France Farago, L'art, Paris, Armand Colin, 1998, trad, port. A Arte, Porto, Porto Editora, 2002.

Raymond Bayer, Histoire de l'Esthétique, Paris, Armand Colin, 1961, trad. port. História da Estética, Lisboa, Ed. 70, diversas edições.

David Cooper (ed.), A Companion to Aesthetics. Oxford/Cambridge (USA), Blackwell, 1996.

Dizionario di estetica. A cura di Gianni Carchia e Paolo d’Angelo, Roma-Bari, La­terza, 1999, há trad. port.: Dicionário de Estética.

Jean Lacoste, La Philosophie de l'art, Paris, PUF, 1981

 

Sobre Platão

Pierre‑Maxime Schuhl, Platon et l'art de son temps. Paris, F. Alcan, 1933.

Léon Robin, La théorie platonicienne de l'amour. Paris, PUF, 1964.

Erwin Panofsky, Idea. Ein Beitrag zur Begriffsgeschichte der älteren Kunsttheorie. Berlin, W. Volker Spiess, 1985, 5ª ed; trad. franc.; Idea. Contribution à l'histoire du con­cept de l'ancienne théorie de l'art. Paris, Gallimard, 1983; múltiplas traduções.

José Pedro Serra, Pensar o Trágico. Categorias da Tragédia Grega, Lisboa, Gulbenkian, 2006.

 

 

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Walter Benjamin, A obra de arte na era da sua reproductibilidade técnica

Jean Baudrillard, Simulacros e Simulação

Saramago, A caverna

Erwin Panofsky, Idea.

 

 

 

 

A Metafísica do Belo

 

A fundamentação platónica: dialéctica do saber e dialéctica da Beleza

Banquete (Symposion) (ou Do Amor): 198 ss (teoria filosófica de eros); 201 d-207 a (Sócrates e Diotima); 210 (dialéctica de eros); 215 a (dialéctica do amante e do amado)

 

- O elogio de Eros nos convivas – Fedro (mitologia), Pausânias (eros celeste e eros popular); Erixímaco (eros e as artes); Aristófanes (mito de Andrógino e as variedades do amor); Agaton (o mais belo dos deuses).

- A intervenção de Sócrates (do esclarecimento do conceito à teoria filosófica do amor.

Eros é um em si ou um relativo? Desejo de qualquer coisa.

- A aporia do desejo e da privação / e sua resolução: a revelação de Diotima: o nascimento de eros de Poros e Penia sob a égide de Afrodite

A natureza sintética e função mediadora.

A ligação de kalos e agathos (kalokagathia)

 

Amor-filósofo, a sabedoria do amor: desejo, posse e procriação

 A ascensão dialéctica do sensível ao inteligível ou a pedagogia pelo amor.

“um corpo, muitos corpos / virtude da alma, pensamentos

 

Da escala gradual à visão intuitiva (210 e):

“não se vê uma imagem, mas a verdade” (212)

Graus/ degraus do ser = graus/ degraus da beleza

- A dialéctica do amante e do amado (discurso de Alcibíades)

 

 

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Fedro: 245c (natureza da alma); 250 (revelação da Beleza: a especificidade da Ideia de Belo)