Hegel: a historicidade da arte. A arte como manifestação sensível do absoluto. O primado da beleza artística. Linguagem poética e pensar filosófico.
17 Maio 2017, 16:00 • Adriana Veríssimo Serrão
Hegel: a historicidade da arte. A arte como manifestação sensível do absoluto. O primado da beleza artística. Linguagem poética e pensar filosófico.
Hegel, Vorlesungen über die Ästhetik / Lições de Estética (Berlin 1820-1829); Estética: texto de trabalho: Introdução, trad. port., Lisboa: Guimarães, 1952-1964.
*I. A concepção objectiva da Arte
-- A Estética como filosofia da Arte ou Ciência do Belo artístico com exclusão do belo natural (pp.2-3).
“Só o espiritual é verdadeiro”: o belo como criação do espírito (superioridade do belo artístico em relação ao natural). A arte como uma manifestação do espírito (p. 5)
O ponto de partida da Estética / refutação dos argumentos contra uma Ciência da Arte
a) a ideia de Belo (Platão: começar pela ideia, e não pelo múltiplo) (pp.6-9)
b) possibilidade de uma ciência da arte: a essência do espírito é o pensamento (9 ss).
c) arte não é aparência mas manifestação (11 ss)
A arte como manifestação (sensível) do absoluto.
Arte (sensibilidade) – Religião (intuição e sentimento) – Filosofia (conceito)
Arte e religião não se compreendem a si mesmas: o ponto de vista da Filosofia.
Enciclopédia do Saber Absoluto: Filosofia da Arte, Filosofia da Religião, e Filosofia da Filosofia.
*II Ideias correntes sobre a natureza da Arte (imitação da natureza; despertar da alma; função moralizadora).
*Plano Geral da Obra (final da Introdução)
- Arte: a) unidade de conteúdo (ideia) numa forma (sensível);
b) conteúdo concreto;
c) figura sensível individual.
- Historicidade da Arte ou do Espírito na Arte: processo da consciência de si do Absoluto.
Lógica imanente à historicidade artística: a arte busca o seu ideal.
“Uma obra de arte é tanto mais perfeita quanto o seu conteúdo e a sua ideia correspondem a uma verdade mais profunda.” p. 145 da trad. fr.
A tensão entre conteúdo (espiritual) e forma (sensível)
O movimento dialéctico: afirmação/ negação/ negação da negação.
O Espírito na História: as grandes épocas
Épocas |
ORIENTAL |
CLÁSSICA |
ROMÂNTICA |
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Arte simbólica |
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Religião (natural) |
Filosofia grega |
Cristianismo |
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Género artístico predominante |
Arquitectura |
Escultura |
Pintura Música Poesia |
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Desmesura do conteúdo sobre a forma sensível |
Adequação perfeita entre conteúdo e forma |
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Sublime (informe) Os colossos |
Realização máxima da beleza na figura humana
A morte da arte |
Nenhuma forma sensível é adequada ao conteúdo religioso Infinitude Experiência da interioridade |
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Da palavra ao Conceito Linguagem poética e pensar filosófico. |
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Filosofia especulativa |
A morte da Arte
“As estátuas são agora cadáveres que a sua alma viva abandonou; os hinos tornaram-se palavras dos quais a fé se retirou. A mesa dos deuses está agora sem alimento espiritual nem bebida, e depois de jogos e festas a consciência já não encontra a experiência feliz a sua unidade com a própria essência … Assim, quando o destino nos oferece estas obras não nos dá o seu mundo, a primavera da vida cultural que as viu florir, o verão que as viu amadurecer, mas tão-só a lembrança velada da sua realidade.
Quando as apreciamos … trata-se de uma actividade que permanece totalmente exterior … ela não acede à interioridade da realidade cultural que produziu as obras e que lhes insuflou espírito; ela monta uma construção complicada a partir de elementos mortos da sua existência exterior, da sua língua, da sua história, etc. Nós não vivemos nelas, apenas as representamos em nós.”
Hegel, Fenomenologia do Espírito, ed. Hoffmeister, p. 523.
Estética, pp. 16-17 da trad. fr.
Próxima aula:
Merleau-Ponty, O Olho e o Espírito
TESTE - 6 de JUNHO 14h-17h
Sala 2.1.
Entrega dos trabalhos até 6 de Junho (pessoalmente, por mail, ou no Departamento de Filosofia).
Neste mesmo dia serão marcadas as Orais (obrigatórias)