Filosofias na Ásia 2022-2023

1º semestre

 

I.      Introdução

II.     A filosofia ocidental e o esquecimento ou desconsideração do Oriente. O Orientalismo.

II. Índia

1. Mito, metafísica e espiritualidade nos Vedas e nos Upanishades. Brahman e Atman. O Bhagavadgîtâ.

2. Os darsanas bramânicos: Mimamsa, Vedanta (Sankara, Ramanuja, Madhva), Samkhya, Yoga, Nyaya, Vaisesika. Os Yoga-Sutras de Patañjali.

3. As escolas materialistas.

4. O Budismo: Hinayana, Mahayana, Vajrayana. Anatman, vacuidade e compaixão universal, natureza de Buda.

5. O Jainismo: ahimsa; os catorze estados de qualificação espiritual e a libertação.

6. O Tantrismo: a não-dualidade samsara-nirvana; a valorização do corpo, do feminino e da sexualidade como via de libertação.

III. China

1. A Cultura arcaica.

2. Confúcio, o confucionismo e o neoconfucionismo.

3. O Dao e o taoísmo. Zhuangzi e Laozi.

4. O Budismo Chan. Bodhidharma e Hui-Neng.

IV. Japão

1. O Xintoísmo.

2. O Budismo Zen. Dogen.

3. A Escola de Kyoto: as relações com Mestre Eckhart e a filosofia ocidental.

V. Tibete

1. A tradição Bön.

2. O Budismo tibetano. Longchenpa.

3. Dzogchen e Mahamudra.

 

Bibliografia sumária:

 

King, Richard, Indian Philosophy: An Introduction to Hindu and Buddhist Thought. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1999.

Kuppermann, Joel J., Classical Asian Philosophy. A Guide to the Essential Texts. Oxford: Oxford University Press, 2001.

Carr, Brian, and Mahalingam, Indira, ed. Companion Encyclopedia of Asian Philosophy, London/New York: Routledge, 2005.

Tola, Fernando, and Dragonetti, Carmen, Filosofía de la India. Del Veda al Vedanta. El Sistema Samkhya. El mito de la oposición entre “pensamento” indio y “filosofía” occidental. Barcelona: Kairós, 2008.

Eifring, Halvor, ed. Asian Traditions of Meditation. Honolulu: University of Hawai’i Press, 2016.

 

Métodos de ensino e avaliação:

 

O método de ensino insere-se na corrente emergente da educação contemplativa e adapta o modelo da lectio divina - herdado das escolas filosóficas gregas e formulado nas escolas monásticas medievais como uma das raízes das primeiras universidades europeias – ao contexto laico contemporâneo. Estruturado em quatro momentos inseparáveis – lectio, meditatio, oratio e contemplatio - , este método visa recolocar o pleno desenvolvimento do potencial  humano dos estudantes no centro do processo educativo, desenvolvendo qualidades de 1) audição e leitura atentas e profundas, 2) interpretação dos múltiplos níveis de sentido dos textos (incluindo a sua ressonância existencial e subjectiva) e pensamento crítico a seu respeito, 3) resposta criativa oral e escrita (porventura também artística) e 4) fruição silenciosa dos efeitos deste processo, abrindo-se a uma experiência de sabedoria e de transformação da vida que cumpra a vocação original da filo-sofia. Este método visa, mais do que a acumulação quantitativa e meramente intelectual de conhecimentos, a formação e o desenvolvimento integrais dos estudantes, desenvolvendo a sua autocompreensão mediante a resposta pessoal às matérias estudadas, bem como o seu sentimento de conexão com os outros, o mundo e a vida. O método visa desenvolver um sentido de comunidade e de cooperação no processo de descoberta e exploração das questões e possibilidades da condição humana mediante a hermenêutica dos textos escolhidos.

Considerando também a natureza das matérias leccionadas, as aulas integrarão exercícios meditativos, hoje reconhecidos como notavelmente facilitadores da manutenção e aprofundamento da atenção e do processo educativo.

 

Sugere-se ler sobre este método, entre outras obras:

 

- Barzebat, Daniel P. e Bush, Mirabai, Contemplative Practices in Higher Education. Powerful Methods to Transform Teaching and Learning. San Francisco: Jossey Bass, 2014.

- Keator, Mary, Lectio Divina as Contemplative Pedagogy. Re-Appropriating Monastic Practice for the Humanities. London/New York: Routledge, 2018.

- Paulo Borges, Presença Plena. Uma viagem meditativa, terapêutica e filosófica pelas cinco energias da vida. Lisboa: Farol, 2022.

 

A avaliação será contínua e os alunos serão constantemente convidados a uma participação activa, oral e escrita, na interpretação e comentário dos textos que irão sendo disponibilizados com antecedência. Em termos formais, são obrigatórios dois elementos: 1) um trabalho final sobre um autor, autores ou temas no âmbito do programa, a combinar previamente com o docente mediante um projecto de trabalho a apresentar até 11 de Novembro; 2) um relatório sintético acerca da experiência pessoal do aluno nesta disciplina e da sua relevância para o processo do seu desenvolvimento humano; este elemento de avaliação pode incluir uma dimensão de criação artística (poético-literária, desenho e pintura, musical, etc.), que não dispensa o referido relatório. O primeiro e o segundo elementos contribuirão, em geral, com 75% e 25% para a avaliação final. Ambos os elementos de avaliação devem ser impressos e entregues até 9 de Dezembro.

 

O primeiro elemento de avaliação terá o limite mínimo de 10 páginas e o

limite máximo de 15 páginas, com tamanho de letra 12 e 1,5 linhas de

espaçamento. A dimensão escrita do segundo elemento tem o limite mínimo de 3 páginas e o limite máximo de 6 páginas, com tamanho de letra 12 e 1,5 linhas de

espaçamento.

 

Os primeiros trabalhos devem incluir: 1) uma introdução onde se justifique a escolha do tema e se apresente o objetivo do trabalho; 2) um capítulo onde se faça um breve enquadramento histórico-cultural do(s) autor(es) ou tema(s) estudado(s); 3) exposição, interpretação e comentário crítico e criativo dos textos com identificação das citações das fontes originais e dos comentadores em notas de rodapé; 4) uma secção, indispensável e muito relevante, onde se proceda a uma reflexão pessoal que mostre a resposta pessoal do estudante à matéria do seu trabalho; 5) uma conclusão, onde se faça uma síntese dos resultados a que a investigação conduziu, em termos objetivos e subjectivos.

 

O horário de atendimento, por marcação prévia, será às 6ªs feiras, das 15:00 às 16:00.


Anexos