A Semântica como Filosofia Primeira - 4: O Holismo Semântico de Frege

25 Outubro 2018, 12:00 António José Teiga Zilhão

A importância de se ter presente que a perspectiva semântica de Frege é holista, i.e., que o entendimento do conteúdo judicativo tem precedência sobre a sua decomposição em partes. Demonstração de como o atomismo semântico precedente não dispõe nem dos recursos necessários para mostrar como se constitui o sentido de frases com sentido da linguagem natural que, à luz dos seus princípios, deveriam ser sem sentido, nem dispõe dos recursos necessários para mostrar o sem sentido de frases e argumentos sem sentido que, à luz dos seus princípios, deveriam ter sentido. A concepção fregeana da valência lógica dos constituintes do juízo e a hierarquia semântica dela decorrente. Identificação de argumentos célebres da tradição filosófica (Argumento ontológico, Cogito cartesiano) como argumentos que resultam de violações das regras da valência lógica e da hierarquia semântica por elas determinada. A importância conceptual da construção de um simbolismo por meio do qual a valência lógica dos constituintes do juízo se revele directamente sem a mediação da linguagem natural. Demonstração da impossibilidade de construir num tal simbolismo as frases e argumentos sem sentido da tradição filosófica e exposição no mesmo do sentido daquelas frases com sentido que, à luz da tradição atomista, deveriam ser consideradas sem sentido.