II. A Semântica como Filosofia Primeira. B. O Monismo Semântico Radical - 3

23 Novembro 2020, 12:30 António José Teiga Zilhão

O Paradoxo de Aquiles e da Tartaruga, de Zenão de Eleia. Reformulação do mesmo por Lewis Carroll como um paradoxo acerca da fundamentação da dedução - qualquer tentativa de providenciar uma tal fundamentação incorreria numa regressão ao infinito. A solução apresentada por Bertrand Russell para o paradoxo de Carroll: as leis lógicas seriam as leis mais gerais de uma realidade autónoma, a qual seria cognoscível através de um género específico de auto-evidência intuitiva; assim bloquear-se-ia a regressão ao infinito. Crítica de Wittgenstein no  Tractatus Logico-philosophicus à solução de Russell: esta padeceria de um preconceito proposicionalista. Defesa por Wittgenstein do carácter não representativo das constantes lógicas. A Lógica concebida no  T.L.-P. como manifestação da estrutura imanente à linguagem. A distinção entre "dizer" e "mostrar" e sua importância - a estrutura lógica  mostrar-se-ia num simbolismo lógico correctamente construído; não poderia nem deveria ser, ela própria, objecto de um tratamento proposicional autónomo, sob pena de se gerarem absurdos metafísicos. O  T.L.-P., ele próprio, como uma obra que incorreria no erro proposicionalista que denuncia; fá-lo-ia, porém, de forma consciente para poder expô-lo. A metáfora da escada: uma vez compreendido, o T.L.-P. deveria ser posto de parte como desnecessário e sem sentido.