Genética Teatral / Theatrical Genetics

 TEA8.920235

12

3º ciclo /PHD

1º semestre

Ana Clara Simão Viegas Santos

Português

A unidade curricular procura problematizar, à luz do conceito de gesto criador, a relevância de instrumentos de análise e de fixação de processos criativos que aliem conhecimentos no campo da arte teatral, da metodologia da genética teatral e da etnografia. Trata-se sobretudo de interrogar os meandros da génese teatral e de colocar as premissas dos estudos de genética aplicados à arte teatral, convocando para o efeito as diferentes práticas escriturais, corporais e cenográficas, sendo reconstituídos e divulgados os processos criativos de alguns encenadores de importante relevo para a cena nacional e europeia. Metodologias de análise implementadas por especialistas na área serão estudadas e aplicadas para sustentarem a discussão em torno das noções de obra em movimento, de gesto inacabado, de esboço, de traço e de processo numa mudança de paradigma que pretende considerar o acto criador e a criação colectiva afastada de uma análise puramente hermenêutica ou semiológica.

O trabalho constará, num primeiro momento, da leitura e discussão colectiva de um conjunto de textos teóricos de referência na área da genética teatral, retirados da bibliografia geral, e num segundo momento, da análise de processos criativos realizada pelas docentes sustentada pelas pesquisas que têm acompanhado diferentes percursos de criação, a partir dos documentos dos artistas: diários, esboços, rascunhos, anotações, roteiros, etc. Serão utilizados alguns dossiês genéticos e testemunhos de artistas como instrumento de trabalho em aula, para ilustrar experimentações no estudo do processo criativo. 

A unidade curricular terá uma segunda parte na qual os alunos apresentarão oralmente o estado dos seus estudos de genética teatral, incluindo a observação de processos criativos em curso (30% da avaliação). Estes serão apresentados por escrito através de um ensaio de cerca de 15 páginas para o qual serão convocadas as leituras teóricas obrigatórias ou outras à escolha dos alunos (70%).

Banu, G. (dir.) (2005) Les Répétitions. De Stanislavski à aujourd'hui. Arles: Actes Sud/Alternatives théâtrales.

Brilhante, M. J., Prost, B., Proust, B., Santos, A. C. (2020) "ARGOS, un projet innovant d'observations de processus de création en Europe", European Journal of Theatre and Performance 2, 294-333. https://journal.eastap.com.

Féral, Josette (2008) Genetics of Performance. Theatre Research International. Cambridge: Cambridge Univ. Press, v. 33, n. 3.

Grésillon, A., Mervant-Roux, M-M., Budor D. (2010) Genèses Théâtrales. Paris: CNRS Éditions.

Grésillon, A., Thomasseau, J-M. (2006) Scènes de Genèses Théâtrales. Genesis, n. 26, 19-34.

Hay, L. (1994) Critique de Génétique. Genesis, Paris, n. 6, 11-23.

Lucet, S., Proust, S. (2018) Mémoires, traces et archives en création dans les arts de la scène. Paris: Presses Universitaires de Rennes.

McAuley, G. (2012) Not Magic but Work. An Ethnographic Account of a Rehearsal Process. Manchester: Manchester Univ. Press.

Martinez, M., Proust, S., Pouget, M. (2012) Notation du travail théâtral, du manuscrit au numérique, Bruxelles : Lansman.

Salles, C. A. (2008) Crítica Genética: fundamentos dos estudos genéticos sobre o processo de criação artística. S. Paulo: EDUC.

Santos, A. C., Brilhante, M.J. (2020) "Identificação do Training no Processo de Criação de O Inferno de O Bando: a consciência do actor", Revista Brasileira de Estudos da Presença 10, 4. http://dx.doi.org/10.1590/2237-2660100111.

Santos, A. C., Proust, S., Vasconcelos, A. I. (2018) Parcours de génétique théâtrale : du laboratoire d’écriture à la scène. Paris: Le Manuscrit.