Houve alguma crise no século III? Cinquenta anos alucinantes e a solução (?) da tetrarquia.
31 Janeiro 2022, 11:00 • Rodrigo Furtado
I. O que marca a ‘crise do século III’?
1. As ameaças externas:
1.1 Os Sassânidas:
1.1.1 A dinastia sassânida: Ardashir I (224-242) – o ataque à Mesopotâmia e à Arménia e os raides pela Síria.
1.1.2 A incapacidade de resposta romana: a humilhante derrota de Valeriano na batalha de Edessa (260).
1.2 A pressão germânica no Reno-Danúbio. A incapacidade da resposta romana: a derrota de Décio em Abrito (Mésia Inferior). O abandono da Dácia (Aureliano).
2. O problema sucessório.
2.1 Como? Quem sanciona? Quem pode ser escolhido? Onde?
2.2 Pelo menos 30 imperadores entre 235 e 285. Apenas um não foi assassinado.
2.2.1 Pela guarda pretoriana; por inimigos; por rivais; pelos seus legionários;
2.2.2 O papel dos exércitos: perante a instabilidade militar e a irrelevância de Roma.
2.2.3 Os imperadores gálicos: Póstumo e sucessores;
2.2.4 Zenóbia e Vabalato: o reino de Palmira?
2.3 Imperadores que não são estritamente romanos: líderes militares de origens diversas; a incapacidade do Senado – a resistência a Maximino e a irrelevância de Pupieno e Balbino (235-238);
II. Diocleciano (244-311).
1. Uma personagem obscura.
1.1 Um imperador de origem obscura: o filho de um liberto; da Dalmácia.
1.2 A vitória sobre Carino na batalha de Margo (284).
2. A preeminência ideológica do imperador: a vitória da ideologia monárquica de raiz oriental.
2.1 A sacralização da figura imperial em vida: Iouius; Herculius;
2.2 A criação de uma etiqueta de distanciamento de matriz oriental. A influência persa - a púrpura e o diadema; a distância protocolar (e.g. entradas nas cidades); o cerimonial de corte.
2.3 O afastamento de Roma;
3. O sistema da tetrarquia.
3.1 Dois Augustos e dois Césares: Diocleciano e Maximiano; Galério e Constâncio. Os casamentos com Valéria e com Teodora.
3.2 Nicomédia-Antioquia; Milão-Trier.
3.3 A primeira vista de Diocleciano a Roma: os uicennalia de 303.
4. A reforma administrativa
4.2 Dioceses e províncias; vigários e praeses. Funções eminentemente civis.
4.2 O prefeito do pretório como número dois dos Augusti.
4.3 O senado e o governo da Itália. A Ásia e a África [O edicto de Galieno (261 ou 262): o afastamento dos senadores dos cargos administrativos e militares].
5. A protecção das fronteiras
5.1 A duplicação dos efectivos militares (de 200 para 400 mil efectivos);
5.2 A necessidade de pagar ao exército: o novo sistema fiscal:
- o novo recenseamento: uma espécie de ‘inquirições’ avant-la-letttre – capita e iuga;
- o papel dos decuriões na recolha dos impostos;
- a inclusão da Itália (mas exclusão de Roma);
- os pagamentos em géneros e o abastecimento das legiões.