A disputa ideológica sobre o poder - que tipo de monarchia? Urbanismo, Eusebianismo e Episcopalismo.
15 Março 2018, 14:00 • Rodrigo Furtado
I. A evolução da concepção republicana: o ‘urbanismo político’.
1. O elemento colectivo da República romana e a constante reacção anti-monárquica: e.g. Heliogábalo; Aureliano. A necessidade de fugir a Roma para haver monarquia.
2. O elemento colectivo da República romana. Qual o seu lugar, quando o império prescinde de Roma?
3. Os Senados
3.1 A exclusão dos cargos civis e militares ca. 260. A recuperação com Constantino.
3.2 Roma: características. O cursus honorum: a morte dos edis e dos tribunos. A importância do senado como corpo político experimentado, mesmo quando o seu papel político efectivo é menor. Continua a ser o pico máximo a que qualquer família quer aspirar. Os multimilionários de Roma.
3.3 Constantinopla: o segundo senado. As diferenças iniciais de estatuto.
3.4 Senador e estatuto senatorial: hereditariedade (o filho de um senador é um clarissimus); cerca três mil cargos que passam a ter estatuto senatorial.
3.5 A titulatura anterior: Vir clarissimus; uir claris. Uma nova hierarquia: uir illustris; uir spectabilis; uir clarissimus.
3.6 A ordem equestre.
a. A titulatura: uir eminentissimus; uir perfectissimus [uir ducenarius; uir centenarius; uir egregius].
4. A defesa da preeminência simbólica da Vrbs: os senadores e o seu prestígio. Símaco e o caso da altar da Victória. A narrativa senatorial é pagã: o império como produto de guerras justas, pela obediência às tradicionais priscae uirtutes, e como consequência do favor concedido pelos deuses capitolinos.
II. O eusebianismo político: o triunfo das ideologias monárquicas.
1. As raízes pré-clássicas e helenísticas das concepções monárquicas clássicas.
2. Humanização, distância e sacralização: o imperador não é Deus; etiqueta distanciadora; o papel do incenso e do trono; o praepositus sacri cubiculi e os castrenses/cubicularii.
3. Imperador e Hier-arquia. A reprodução na terra da hierarquia celeste. A escolha do Imperador por Deus.
4. Os concílios de Niceia (325) e de Constantinopla (381) e a intervenção imperial: por que razão a ortodoxia se torna importante?
5. A Augusta virgem, Pulquéria (ca. 398-9; 415; 450; 453), e o debate sobre as duas naturezas de Cristo e a Theotokos. Os concílios de Éfeso (431) e de Calcedónia (451).
6. O triunfo do Eusebianismo político em Constantinopla.
III. O episcopalismo de Ambrósio de Milão.
1. O caso do altar da Victória e a ‘guerra’ com o Senado;
2. O conflito com a imperatriz Justina e a proibição das igrejas arianas de Milão.
3. O massacre de Tessalónica e o conflito com Teodósio I (390).
4. A submissão ideológica do imperador ao bispo e a defesa do império cristão.