O musical e o onirismo provocado

15 Março 2016, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

Introdução à carreira de Mitchell Leisen, de cenarista e desenhador de guarda-roupa a realizador de fantasias misteriosas, como Death Takes a Holiday (1934),  de importantes comédias screwball, como Midnight (1939) ou fundamentais melodramas como To Each his Own (1946), a propiciar o primeiro óscar de melhor actriz a Olivia De Havilland.

Início do visionamento comentado de Lady in the Dark (Mitchell Leisen, 1944): a mistura de géneros numa comédia dramática sobre a Guerra dos Sexos e sobre o mundo da moda, pontuada por luxuriantes números musicais que constituem a matéria dos sonhos, num dos filmes fulcrais sobre a relevância da psicanálise no espaço do feminino, em tempos de angústia (mas também curiosamente escapistas) dos finais da Grande Guerra de 1939-1945; o sublinhado do grafismo das revistas de moda, tanto no genérico, como na organização dos espaços interiores, em sequências muito estilizadas, reminiscentes do trabalho do cineasta nos departamento artísticos; a premonição dos musicais da MGM da década seguinte, por via das características oníricas de coreografia e cenários.