"Lady in the Dark" (Mitchell Leisen, 1944), a psicanálise e afirmação da feminilidade

17 Março 2016, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

A origem do filme no musical homónimo da Broadway (1941), com música do alemão Kurt Weill e letras de Ira Gershwin (argumento de Moss Hart), embora a adaptação cinematográfica, tenha suprimida boa parte da banda sonora, mantendo apenas duas das canções originais (incluindo "The saga of Jenny" e parte de uma outra ("This is New").

Conclusão do visionamento comentado de Lady in the Dark (Mitchell Leisen, 1944): o prodigioso guarda-roupa, supervisionado por Leisen, de Edith Head, para os vestidos da estrela, e Raoul Penne du Bois; o grande esforço de produção de forma a corresponder a uma visualização satisfatória dos sonhos provocados da protagonista, em glorioso technicolor, fotografado por Ray Rennahan; a influência das coreografias oníricas no universo ainda mais requintado de Vincente Minnelli, sobretudo nos musicais de finais da década de 40 e do início da de 50, nomeadamente Um Americano em Paris; a centralidade de Ginger Rogers, num dos seus papéis mais extravagantes, cerca de dez anos depois de ter sido par de Fred Astaire, nas danças de salão dos musicais da RKO.