"Anna" (Alberto Lattuada, 1951): o novo estrelato italiano dos anos 50, na esteira do Neo-Realismo:

26 Abril 2016, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

A procura de novas estrelas masculinas, mas sobretudo femininas para criar um star system italiano que vai perdurar por toda a década de 50: a importância do concurso Miss Itália dos últimos nos 40 para encontrar as vedetas cinematográficos com inesquecíveis corpos e rostos; o sucessivo triunfo de jovens actrizes como Silvana Mangano, Lucia Bosè, Eleonora Rossi Drago, Gina Lollobrigida,Silvana Pampanini, Sophia Loren, Valentina Cortese, Gianna Maria Canale ou Giovanna Ralli, entre muitas outras.

Conclusão do visionamento comentado de Anna (Alberto Lattuada, 1951): a enorme importância das cenas de cabaret, com inclusão de dois megassucessos musicais, "El Negro Zumbó", a famoso baião de Anna, que Nanni Moretti virá a citar em Caro Diario, e "Non DImenticar"; uma das primeiras aparições de Sophia Loren, num pequeno papel de empregada do night-club; a complexidade do epílogo, favorecendo uma visão mais politizada do argumento e escapando ao happy ending; a relevância do filme enquanto transição entre uma dimensão mais empenhada dos cineastas neo-realistas e uma recepção mais popular e universal ao cinema italiano.