A presença portuguesa em Marrocos no reinado de D. Manuel (TPIB)

23 Março 2021, 09:30 Vítor Rodrigues

A transposição do modelo militar português criado no norte de Marrocos ao longo do séc. XV para o sul. Abandono do sistema de protectorado em vigor em Azamor e Safim desde o reinado de D. João II e a adopção por D. Manuel de uma política marcadamente imperialista na região.

Transferência do modelo de ocupação restrita, característico das praças do norte, para o sul de Marrocos: o "rebate" enquanto sistema defensivo que permitiu a manutenção da inviolabilidade das praças africanas face aos ataques constantes das forças de Fez e Marraquexe. A "guerra guerreada", suas principais características. Operações terrestres e anfíbias - "saltos".

O aprofundamento da presença militarista no sul de Marrocos durante o reinado de D. Manuel: 1505 - fortaleza de Stª Cruz o Cabo de Guer por João Lopes de Sequeira, vendida em 1513 à Coroa; 1506 - construção do castelo real de Mogador; 1507 - construção do castelo de Aguz por Diogo de Azambuja; 1508 - conquista por Diogo de Azambuja de Safim; 1513 - conquista de Azamor por D. Jaime de Bragança; 1514 - construção de um pequeno castelo em Mazagão pelos irmãos Diogo e Francisco de Arruda, a que se seguirá, já no reinado de D. João III, a construção da fortaleza abaluartada com a traça de Benedetto de Ravena.

A conquista de Safim em 1508 por Diogo de Azambuja e de Azamor em 1513. A construção de um castelo em Mazagão pelos irmãos Arruda.
O projecto manuelino de criação de zonas de mouros de pazes na Duquela e na Enxovia. Acção decisiva de Nuno Fernandes de Ataíde e do alcaide mouro Bentafufa. 
O início do declínio da presença portuguesa: o desastre da Mamora em 1515; as mortes de Ataíde e Bentafufa em 1516 e 1519 respectivamente.