A náutica nos Descobrimentos (aula ministrada pelo Comandante Jorge Semedo de Matos)

17 Fevereiro 2021, 16:00 Ângela Vieira Domingues

A primeira base de navegação europeia: a navegação no Mediterrâneo e no Atlântico Norte de porto a porto e por contagem de navegação e distância; as rosas dos ventos e as 32 direções. Os textos portulano e as cartas portulano como ponto de partida para os Descobrimentos e a Expansão Portuguesa; as teias de rumos. A navegação em mar-alto e as técnicas de observação das estrelas e astros; os ventos dominantes; os instrumentos utilizados. A agulha de marear, magnética ou bússola: um instrumento que veio da China? A declinação magnética e as formas de correção do desvio magnético da bússola, as toletas de Marteloio. A progressão pela costa ocidental e centro-oeste africana e a dificuldade da viagem de regresso. Um marco importante: a dobragem do cabo Bojador por Gil Eanes (1434). Os sistemas de ventos e correntes predominantes no Atlântico Sul como condicionalismo de navegação e a volta pelo largo. Uma nova técnica de navegação: a latitude em mar alto e os cálculos associados à Estrela Polar; a pesagem do Sol; as dificuldades na medição das longitudes até ao século XVIII. Outros marcos determinantes: as 2-3 viagens de Diogo Cão, a viagem de Bartolomeu Dias, a dobragem do Cabo da Boa Esperança e a passagem do Atlântico para o Índico (1489); a viagem de Vasco da Gama e a chegada à costa ocidental indiana (1498). A navegação no Índico e as condicionantes determinadas pelas monções. A colaboração de guias e pilotos locais na armada de Vasco da Gama a partir da costa de Moçambique e o processo de aprendizagem náutica com marinheiros árabes-persas e malaios. Os guias náuticos: as regras de navegação astronómica, os cálculos de latitudes pela E. Polar e pelo Sol. as tábuas de declinação, os regimentos de horas noturnas e as regras de pilotagem. Os roteiros e diários de navegação: a descrição de dados técnicos para os pilotos seguirem viagem. Os livros de marinharia: textos escritos por várias mãos e reunidos como dossiers profissionais organizados pelos pilotos, espontâneos, sem configuração estandardizada, com descrições de perigos da viagem. A colaboração de pilotos locais nas navegações portuguesas: chineses, javaneses, malaios, bornéus, léquios, filipinos. O descobrimento da navegação no Atlântico como um fenómeno que demorou um século; o descobrimento da navegação no Índico como um processo simbiótico do conhecimento europeu e dos conhecimentos locais nas rotas e na navegação