Programa

O programa tem como objectivo a aquisição de competência pra reconhecer e descrever os processos de produção do livro manuscrito e do livro impresso e interpretá-los enquanto objectos culturais, bem como compreender os processos de interacção entre aspectos materiais do livro e o texto que suporta e utilizar fontes para a história do livro e da leitura.

1. O livro manuscrito, sua produção e recepção: scriptoria, processos de cópia, decoração, encadernação, funcionalidade do livro, circuitos de difusão, contextos de leitura e de fruição do códice.

2. O livro impresso: a invenção da tipografia e sua chegada a Portugal, incunábulos e pós-incunábulos de oficinas portuguesas, material tipográfico e xilográfico; políticas de utilização e controlo da imprensa, mecenato, empreendorismo, propaganda.

 

Avaliação

Três exercícios presenciais e escritos. A nota final resulta da ponderação da média dos três exercícios.

 

Bibliografia geral

Anselmo, Artur, Origens da Imprensa em Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1981.

Briquet, C.-M., Les Filigranes. Dictionnaire historique des marques du papier, dès leur apparition vers 1282 jusqu'en 1600, avec 39 figures dans le texte et 16 112 fac-similés de filigranes, 4 vols., Genève - Paris, Alphonse Picard et fils, 1907 (Briquet on line: https://briquet-online.at/).

Clair, Colin, Historia de la Imprenta en Europa, edición de Julián Martín Abad, Madrid, Olero & Ramos, 1998.

Clemens, Raymond, Timothy Graham, Introduction to manuscripts studies, Ithaca and London, Cornell University Press, 2007.

Dias, João José Alves, Iniciação à Bibliofilia, Lisboa, Pró-Associação Portuguesa de Alfarrabistas, 1994.

Díaz de Bustamante, J.M., «Livro», Dicionário da Literatura Medieval Galega e Portuguesa, dir. por Giuseppe Tavani e Giulia Lanciani, Lisboa, Caminho, 1993.

Febvre, Lucien, Henri-Jean Martin, O Aparecimento do Livro, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2000.

 

História do livro em Portugal

Bandeira, Ana Maria Leitão, Pergaminho e papel em Portugal, tradição e conservação, Lisboa, CELPA, 1995.

Deslandes,  Venâncio, Documentos para a História  da Typographia  portugueza nos séculos XVI e XVII, Lisboa, Imprensa Nacional, 1888.

Deswarte, Sylvie, Les enluminures de la Leitura Nova : 1504-1552 : étude sur la culture artistique au Portugal au temps de l'humanisme, Paris, Fundação Calouste Gulbenkian - Centro Cultural Português, 1977.

Dias, João José Alves, A.-H. De Oliveira Marques, No quinto centenário da Vita Christi, Lisboa, Biblioteca Nacional, 1995.

Dias, João José Alves, Sumário das Graças: o primeiro impresso português conhecido, Separata  de Leituras: Revista da Biblioteca Nacional de Lisboa,  série 3, nº 1, Abril-Outubro de 1997, pp. 197-205.

Dionísio, João, Bernardo de Sá Nogueira, «Sobre a datação do manuscrito P do Leal Conselheiro: a fórmula “que Deus perdoe”» , E-Humanista: journal of medieval and early modern Iberian Studies, 8, 2007, pp. 117-132: https://www.ehumanista.ucsb.edu/sites/secure.lsit.ucsb.edu.span.d7_eh/files/sitefiles/ehumanista/volume8/6%20%20Dionisio%20and%20Sa%20Article.pdf.

Gomes, Saúl António «A livraria real», D. Afonso V, Lisboa, Círculo de Leitores, 2006, 151-158.

Gomes, Saúl António, «Notas sobre a produção de sal-gema e de papel em Leiria e em Coimbra durante a Idade Média», Revista Portuguesa de História, t. 31, vol. 1, 1996, 441-446.

Griffin, Clive,  Los Cromberger. La historia de una imprenta del siglo XVI en Sevilla y Méjico, Madrid, Ediciones de Cultura Hispánica, 1991.

Livro de Horas de D. Manuel, estudo introdutório de Dagoberto Markl, Lisboa, INCM,  1983.

Marques,  José, «O Arcebispo D.Jorge da Costa e as impressões quatrocentistas do Sacramental e do Tratado de Confissom», V Centenário do Livro Impresso em Portugal (1487-1987). Colóquio sobre o Livro Antigo (Lisboa, 23-25  Maio, 1988), Lisboa, Biblioteca Nacional, 1992 , 39-61.

Martins, Pina, «O primeiro livro impresso em português», Revista da Biblioteca Nacional, série 2, vol.2, nº2, Jul-Dez 1987, 161-166.

Mendes, M. Valentina Sul, «O Sacramental de 1539, da BN, é afinal uma 2ª edição incunabular da mesma obra, em português, totalmente desconhecida até hoje?», Leituras: Revista da Biblioteca Nacional, Lisboa, s. 3, nº 14-15, Abril 2004-Abril2005, 173-200.

Mendes, Maria Valentina Sul, «Um incunábulo descoberto na Biblioteca Nacional (Certificado de Indulgências de Inocêncio VIII)», Revista da Biblioteca Nacional, s.2, nº8 (1) 1993, 99-115.

Melo, Arnaldo Faria de Ataíde e, O Papel como elemento de identificação, Lisboa, Biblioteca Nacional, 1926.

Nascimento, Aires A. do, «A Vita Christi de Ludolfo de Saxónia: percursos da tradução e seu presumível responsável», Evphrosyne, 29, 2001, 125-141.

Nascimento, Aires A. do, «Manuscritos e textos dos Príncipes de Avis: o Leal Conselheiro e outros manuscritos. Problemas de deriva filológica e tentativa de reintegração», Medieval and Renaissance Spain and Portugal. Studies in honor of Arthur L-F. Askins, ed. Martha E. Schaffer & Antonio Cortijo Ocaña, Woodbridge-London, Tamesis, 2006, 269-288.

Neto, Serafim da Silva, «Um novo incunábulo em português», Língua, Cultura e CivilizaçãoRio de Janeiro, Livraria Académica,  1960, 165-174   

Roque, Mário da Costa As pestes medievais europeias e o Regimento proveytoso contra a pestenença, Paris, Fundação Calouste Gulbenkian-Centro Cultural de Paris, 1979.

Santos, Maria José Ferreira dos, «Marcas de água e história do papel a convergência de um estudo», Cultura. Revista de História e Teoria das Ideias, 2ª série, vol. 33, 2014, 12-29.

Sobral, Cristina,«Livro perfeito e bom: um manuscrito em disputa», eHumanista, 31, 2015: 253-275. http://www.ehumanista.ucsb.edu/volumes/31.