Como se pronunciava o português do século XIII? A fonologia do português antigo em contraste com a do português europeu contemporâneo
19 Março 2020, 14:00 • Ana Maria Martins
Aulas presenciais suspensas até 09.04.2020 (COVID19).
Exercício proposto (com orientações para a sua concretização): Como é que o rei Afonso II, ou os escrivães que escreveram o Testamento de 1214, pronunciariam as palavras do Testamento? Responder a esta pergunta implica saber o que diferencia a fonologia do português do século XIII da fonologia do português europeu contemporâneo.
A transcrição fonética de um conjunto de palavras retiradas do Testamento ilustrará as seguintes diferenças:
- as vogais átonas não se elevavam;
- existiam muito hiatos que vieram a ser eliminados;
- existiam os ditongos [ej] e [ow];
- as vogais nasais finais não ditongavam;
- a vogal tónica [e] não sofria alteração quando seguida de segmento palatal;
- existiam quatro consoantes africadas;
- o “s” tinha realização apicoalveolar (como ainda hoje em algumas regiões do Norte de Portugal;
- as sibilantes em coda não palatalizavam;
- a vibrante múltipla não tinha realização recuada.
A resolução do exercício será enviada aos alunos no final do dia, acompanhada de comentários sobre possíveis dificuldades na sua execução.