ACTIVIDADES ECONÓMICAS: O COMÉRCIO

5 Abril 2019, 16:00 João dos Santos Ramalho Cosme

O séc. XVI é conhecido por ser uma importante época mercantil a que está associada a revolução dos preços. A Europa experimentou no séc. XVI uma inflação sem precedentes. A alta dos preços estimulou a expansão dos negócios. Atribui-se a subida de preços à grande afluência de metais preciosos (prata) do Novo Mundo. Na 2ª metade do séc. XVI, a economia internacional teve um aumento abrupto da quantidade de prata entrada na circulação monetária. Deve ainda ter-se em conta o crescimento da população, particularmente o desenvolvimento das cidades, com o consequente incremento das actividades económicas citadinas. As principais rotas comerciais apresentavam no princípio da Época Moderna uma actividade económica significativa e consolidada. No final do séc. XVI, a economia europeia estendia-se tanto da Europa Oriental e Rússia como ao outro lado do Atlântico. No princípio do séc. XVII, os Europeus já tinham estendido as suas rotas a quase todo o mundo. Durante o séc. XVI, o aprovisionamento do trigo deteriorou-se no espaço mais ocidental. A escassez e a fome agudizaram-se. Durante as guerras franco-espanholas (1494-1495) as cidades italianas foram bastante afectadas no seu abastecimento, a que anteriormente se verificara um crescimento populacional significativo nesta zona. Para suprir estas necessidades, desenvolveram-se de modo duradouro relações comerciais entre a Europa setentrional e a meridional. Os Fugger controlavam o trânsito comercial entre o Mediterrâneo e uma parte considerável da Europa. Graças à intervenção holandesa e inglesa o Mediterrâneo ficou “menos isolado”. A Europa central era outra zona comercial importante no séc. XVI. Aqui havia cidades e indústrias importantes, enquanto que na suas periferias próximas encontravam-se jazigos de minerais (sobretudo prata e cobre). Os metais e/ou artigos de metal tiveram uma importância relevante nas trocas comerciais. A da prata já vem do séc. XV, mas no séc. XVI o cobre foi o grande impulsionador cujo mercado se centrava essencialmente em Antuérpia. No séc. XVI, o Báltico era o grande “celeiro” da Europa do Norte a que se acrescentava o arenque em salga cujo comércio se fazia através dos portos do Norte da Alemanha e dos Países Baixos. Para o aumento deste comércio contribuiu muito crescimento da população da Europa Ocidental (particularmente dos Países Baixos). Existem fortes laços comerciais entre a zona mediterrânica e a setentrional – sal português.