Continuação do tema da aula anterior. O fisiocratismo

16 Abril 2019, 16:00 João dos Santos Ramalho Cosme

Estas características eram favoráveis à reflexão e investigação no plano agrícola. Nas suas reflexões os fisiocratas consideravam a terra como a origem de toda a riqueza. Multiplicaram-se as revistas técnicas, as sociedades eruditas (Vide Portugal, Academia das Ciências!) e os monarcas trabalhavam a terra com as próprias mãos [caso de D. José II (Viena: 1741-1790) Imperador do sacro Império Romano-Germânico de 1765-1790. Foi amigo dos enciclopedistas e dos fisiocratas]. Apesar de tudo isto, os obstáculos ao nível dos transportes e técnico mantinham-se. As nações passaram da lógica de auto-suficiência e viram-se obrigados a desenvolver outro tipo de agricultura: produtos comestíveis. Fez-se um esforço para melhorar os rendimentos dos cercados com os fertilizantes. Assim, enquanto nos primeiros arroteamentos se recorria às terras fáceis de cultivar (o que explica o sistema de campo aberto numa dimensão essencialmente comunal), agora recorre-se às vedações. Os direitos comuns são substituídos pelo direito à propriedade privada. Breve nota sobre François Quesnay. Para os Fisiocratas, o direito natural é não só o direito de usufruir a vida e exercer as suas faculdades mas também o direito de propriedade. Crítica ao mercantilismo. Para os fisiocratas a indústria e o comércio são estéreis, na medida em que ganham mas não produzem. Os fisiocratas definem riqueza como a totalidade dos bens comerciáveis produzidos anualmente. Quesnay distinguia três grandes classes sociais: classe produtiva: composta pelos agricultores; classe proprietária: abrangia não só os proprietários mas também os que exerciam, a qualquer título, a sberania; classe estéril: englobava os que se dedicavam à indústria, ao comércio e às profissões liberais.