O Mercantilismo

12 Março 2019, 16:00 João dos Santos Ramalho Cosme

As transformações do séc. XVI que levaram a uma reflexão sobre os fenómenos monetários e sociais. A conjuntura do séc. XVII incentivou o pensamento mercantilista. Seria no séc. XIX na Alemanha que alguns autores, com Schmöller à cabeça, atribuíram a este sistema uma maior dignidade filosófica e denominaram-no de Merkantilismus. O conceito de mercantilismo deve ter um significado teórico e histórico preciso. É a doutrina e a prática dos Estados nacionais durante o período que vai do sé. XV ao séc. XVIII. O mercado era sinónimo de poder. Nele está implícita a vontade de poder e unidade, expressando-se  com frequência com alguma agressividade em relação ao estrangeiro. Por detrás do pensamento mercantilista está também um programa alfandegário e manufactureiro. As taxas alfandegárias além do significado de agravar o custo dos produtos na sua dimensão criativa (aspecto negativo) têm um significado positivo: constituíam uma condição prévia do desenvolvimento da economia. O mercantilismo conduziu à exaltação do espírito da empresa e do trabalho criador. Realizou uma verdadeira subversão as hierarquias e valores medievais. Alguns teóricos mercantilistas que exaltavam o comerciante como um tipo de homem novo. Em síntese, não se trata apenas de um novo sistema económico mas também moral e de filosofia social. Da exaltação o trabalho produtivo, passava-se à legitimação da ambição profana e do lucro.