Turno B — Discursos contrastantes sobre as sociedades africanas (conclusão). As fontes escritas europeias para a História de África e os seus problemas
5 Novembro 2020, 11:00 • José Augusto Nunes da Silva Horta
1. Discursos contrastantes sobre uma sociedade (conclusão). Um contraste: da singularidade de uma sociedade inserida no tempo histórico e com relações com outras sociedades (perspectiva de Ruy Duarte de Carvalho) à homogeneização das "tribos de Angola". Desconstrução do discurso de uma notícia e entrevista publicada no Jornal
Público de 08/09/ 2018 intitulada “Elas querem pôr as tribos de Angola na Moda".
2. As fontes escritas europeias para a História de África e os seus problemas.
As fontes escritas para a História de África. Ausência de escrita alfabética como registo de memória na maior parte do subcontinente subsariano. As fontes disponíveis para a construção da História de África: a cobertura insuficiente da sub-região subsariana por fontes escritas. A importância das fontes árabes ou usando a escrita árabe como suporte fonético para os textos em língua africanas — um primeiro exemplo de apropriação da escritas exógenas pelos Africanos — mas o seu alcance limitado sobretudo aos espaços de islamização do Sahel e costa oriental.
As fontes escritas europeias, fundamentais para o estudo dos espaços africanos litorais ou conectados com a presença europeia, a partir do século XV. A perspectiva enviesada ("baised") das fontes face às sociedades observadas em que se projectam as categorias e juízos de valor europeus; identificação dos informantes dos autores europeus, muitas vezes africanos; alcance geográfico limitado; temas e interesses cobertos pelas fontes; fontes escritas por africanos em línguas europeias; dispersão dos documentos; domínios das línguas da documentação.
Comentário ao capítulo de John Thornton, "European Documents and African History".