Metodologia da análise de fontes históricas. Os condicionamentos epistemológicos da produção do conhecimento (conclusão). A desconstrução do objecto étnico

28 Outubro 2021, 09:30 José Augusto Nunes da Silva Horta

1. Continuação da aplicação da metodologia de análise de fontes: conclusão a análise do Prólogo e do índice do Tratado de A. A. de Almada. 

2. Discussão do comentário a dois excertos de V. Y. Mudimbe. O peso da ordem epistemológica ocidental da qual dependem as categorias e sistemas conceptuais, quer nos intérpretes ocidentais, quer nos analistas africanos. O questionamento das imagens ocidentais da África: uma África inventada. Estrutura colonizadora e sistema dicotómico de avaliação da alteridade. Filiação epistemológica e etnocentrismo cultural.

3. A desconstrução do objecto étnico. A "Etnicidade" e o "Tribalismo" questionados como factores explicativos da história contemporânea e como representações eurocêntricas e estereotipadas das sociedades africanas. Início do comentário a excertos da obra Pelos Meandros da Etnia de Jean-Loup Amselle e Elikia M'Bokolo (Introdução de Amselle e M'Bokolo, 1ª parte do capítulo de Jean-Loup Amselle, "Etnias e espaços: para uma antropologia topológica", bem como o prefácio à 2ª edição, por Amselle e M'Bokolo,  todos pertencentes à obra Pelos Meandros da Etnia)

Os conceitos herdados de outras disciplinas interpelados na sua operatividade para a História de África:  a desconstrução do objecto étnico da Antropologia colonial. Os denominadores comuns das definições de "tribo" e "etnia" — as de um estado-nação de tipo inferior — a revisão desta concepção, fixista e fechada a outras interacções e contextos, por algumas definições mais fluídas e abertas da corrente dinamista da Antropologia. Afinal: a identidade que se designa por "étnica" é uma invenção colonial ou antes foi a sua rigidificação que foi inventada?