Continuação da análise ao Tratado de A. A. de Almada. O que se estuda na História de África? Uma proposta sobre a relações entre espaços e sociedades

4 Novembro 2021, 09:30 José Augusto Nunes da Silva Horta


1. Continuação da análise ao Tratado de A. A. de Almada: o que nos diz um índice de uma fonte histórica sobre a organização do discurso do autor?


 2. Continuação da análise do texto de Donald R. Wright (e de Amselle), em confronto com o discurso de uma notícia/entrevista publicada no Jornal  Público de  08/09/ 2018 intitulada “Elas querem pôr as tribos de Angola na Moda". Desconstrução de um discurso essencialista e estereotipado sobre as sociedades africanas a partir da categoria homogeneizadora de "tribo". Este contrasta vivamente com a abordagem de Ruy Duarte de Carvalho sobre os Kuvale (os "Mucubais" da notícia).

  3. Afinal, o que se estuda na História de África? Comentário à segunda parte do capítulo de Jean-Loup Amselle, "Etnias e Espaços: para uma Antropologia topológica".

Uma proposta de Jean-Loup Amselle para compreender o passado “pré-colonial” das sociedades africanas. Comentário à segunda parte do capítulo "Etnias e espaços: para uma antropologia topológica". 

1. Os espaços dos mundos africanos enquanto espaços socializados, construídos pelas relações entre sociedades. As cadeias de sociedades englobantes e englobadas e os espaços socializados dos mundos africanos:

- Os espaços de trocas — espaços hierarquizados de apropriação da produção, controle da circulação e de consumo (conclusão); lógicas comerciais africanas e signos monetários. 

- Espaços estatais, políticos e guerreiros — a natureza do poder político, poder sobre pessoas e não sobre terra sujeita a fronteiras; a dinâmica histórica de agregação, desagregação e nova agregação sucessivas entre estados, chefados e sociedades linhageiras (semelhante a fenómenos de diástole e sístole); relações tributárias, predatórias e deslocações de população. 

- Espaços linguísticos —tipos de línguas e tipologia de áreas linguísticas; relação dessas áreas com a composição e decomposição de espaços políticos, de trocas e 

- Espaços religiosos. 

- Mutações étnicas e os sistemas de classificação identitária "pré-coloniais" — escolhas identitárias e grupos categoriais relacionados com as cadeias de sociedades: a classificação identitária e a sua apropriação pelos actores sociais como o resultado de um jogo de forças; o valor performativo do "etnónimo" e a pluralidade dos seus significados; a identidade: um estado, consoante os contextos, e não uma essência cultural.