A ascensão do nacionalismo na Índia: das reivindicações à desobediência civil (1919-1929)

11 Maio 2016, 08:00 João Manuel de Almeida Teles e Cunha

No seguimento da I Guerra Mundial a Índia esperou que a Grã-Bretanha se decidisse a conceder o estatuto de 'Domínio', ou seja os indianos finalmente alcançavam o almejado swaraj, mas o livro branco com as recomendações da comissão Montagu-Chelmsford caíram num impasse, em larga medida causada pela Lei Rawlatt (1919), que continuava com as medidas de controlo e repressão introduzidas com a guerra. Na contestação que se seguiu, com o episódio do massacre de Amritsar, os ânimos exaltam-se e a luta nacionalista que se segue consegue unir o Congresso (com Gandhi a comandar os acontecimentos) e o o movimento Khilafat, mas após um êxito inicial em 1920-22, o ímpeto perdeu-se e em 1923 estava num impasse. O resto da década de 1920 vai ser marcada pelos constantes desafios lançados por Gandhi de desobediência civil e resistência não-violenta que desconcerta os britânicos, mas verifica-se um crescente comunalismo na luta nacionalista que a Grã-Bretanha usa para lançar muçulmanos contra hindus. O fim do decénio foi marcado pela violência política e sindical, terminando com o Relatório Nehru, com a proposta de uma constituição para uma Índia unida que lança as bases do debate para os anos 30.