A Índia em transição (1707-1819) - 1.ª parte

15 Abril 2016, 08:00 João Manuel de Almeida Teles e Cunha

Na primeira parte vemos como de 1707 (ano da morte de Aurangzeb) até 1819 (fim da 3.ª Guerra Anglo-Marata) a Índia passou por transformações com o fim do domínio hegemónico do império mogol e o aparecimento de blocos regionais com a autonomização das províncias mogóis (exceptuando a tentativa marata de unificar o subcontinente, sem sucesso após a derrota em Panipat), que mantêm a ficção de reconhecer o Grão-Mogol como forma de legitimação política (inclusive os britânicos até 1836 cunharam moeda e aplicaram justiça em nome do imperador de Delhi, um pensionista da EIC desde 1802). Os 'estados sucessores' desenvolvem modelos mais sintéticos e integrados política, económica, social e culturalmente que o império mogol, mas militarmente a corrida em que entram para copiar e adoptar a revolução militar ocidental força-os a gastar mais dinheiro e a entrar em alianças com os europeus (franceses e britânicos), desenvolvendo-se assim uma dinâmica que leva ao enfraquecimento indiano e ao fortalecimento dos ocidentais (saindo vitoriosos os britânicos a partir da segunda metade do século XVIII).