Do apogeu do Raj às primeiras acções de desobediência civil (1905-1922)

6 Maio 2016, 08:00 João Manuel de Almeida Teles e Cunha

A coroação de Jorge V no Durbar de Delhi em 1911 foi o apogeu do poder britânico na Índia, mas não resolveu os problemas de fundo no tocante às reivindicações nacionalistas de auto-governo, que o estalar da I Guerra Mundial adiou momentaneamente, na esperança indiana que os sacrifícios e auxílio humano e material ao esforço de guerra do Reino Unido fosse recompensado. A resposta inicial do relatório Montagu-Chelmsford de 1919 abria possibilidades no sentido de se cumprir o desejo indiano de se tornarem num 'Dominion', mas a tergiversação britânica (com os sectores mais conservadores a imporem a Lei Rowlatt em 1919 para controlar a contestação nacionalista com leis preventivas draconianas) vai ser posta em causa por um novo actor na cena indiana, Gandhi, um advogado temperado na luta pelos direitos políticos e sociais na África de Sul. Os acontecimentos de 1920-22 (movimento Khilafat e o a primeira resistência passiva encenada por Gandhi) vão mudar a cena política indiana e marcar a década que se seguiu.