A tradição da teoria da "biopolítica" em Agamben, Esposito e Byung-Chul Han

26 Fevereiro 2021, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Giorgio Agamben representa o momento fundador de uma tradição teórica que se reconhece no conceito de "biopolítica" e que procurará alargar e, ao mesmo tempo, apontar os limites do programa de Foucault. Agamben contesta a tese de que já não vivemos num regime de "soberania" mas de "governamentalidade". Segundo ele a transformação da vida ( no sentido grego de  Zoé, diferente do conceito de  Bios o qual supõe já uma integração numa comunidade de destinos) no ponto de aplicação do poder, supõe a produção daquilo que Agamben designa como "vida nua", vida despojada de qualquer dignidade e de qualquer valor. Essa "vida nua" exprime a perpetuação do regime de "soberania" e do "estado de excepção" como suspensão das liberdades fundamentais dos cidadão. Roberto Esposito retoma a distinção entre "soberania" e "governamentalidade" para defender que, mesmo nas medidas mais extremas de eugenia como as que encontramos nos campos de concentração nazis é a "governmanetalidade", o que está em jogo é a tentativa de legitimação de formas de governo a partir de medidas de aperfeiçoamento da população. Byung-Chul Han propõe radicalizar o conceito de "biopolítica" através desse outro conceito de "psicopolítica".