Leitura de alguns capítulos da obra "A Sociedade do Cansaço" de Byung-Chul Han

16 Março 2021, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Em que medida a tese "já não vivemos num regime imunitário", de medo do Outro e dos seus contágios, pode ser considerada um erro de diagnóstico? Ou, pelo contrário, foi por termos abandonado os cuidados com o Outro que nos tornámos vulneráveis a um novo vírus? 

A nossa vulnerabilidade deve ser vista sobretudo como consequência de um cansaço crescente. E esse cansaço é o efeito dos modelos neo-liberais do trabalhador como empresário de si que se impõe metas sempre mais exigentes. Teriamos abandonado o regiem da disciplina, como sujeição a mecanismos de condicionamento normalizante, para entrarmos num outro regime muito escravizante, a da sujeição auto-imposta. 
Contraste com o programa de uma antropotécnica, como ascese infinita de si, que encontramos nas últimas obras de Peter Sloterdijk.