Literatura Comparada: questões e problemas (conclusão) e Início do estudo da temática da auto-representação

6 Outubro 2015, 16:00 Ricardo Gil Soeiro

Conclusão do comentário crítico dos ensaios “Campos de indagação comparatista” e “Comparação e literatura”, de Helena Buescu (2001):  os campos específicos de reflexão comparatista na actualidade; o comparatismo como “saber de fronteira”; a indagação comparatista assume um carácter provisional e revisionista; a tensional oscilação entre formas de globalização e manifestações de localização. A importância e a centralidade da comparação enquanto instrumento operativo; o conceito de “interviagem” e a questionação fronteiriça (própria do comparatismo); Guillén e a temporalidade intermitente (a questão do cânone). Síntese das questões suscitadas pelos ensaios incluídos no volume Entro lo uno y lo diverso. Introducción a la Literatura Comparada (Ayer y hoy), de Claudio Guillén (2005): a tensão entre o local e o universal, e entre o uno e o diverso, devir e continuidade. A “topos” da crise dos estudos humanísticos; a relação complexa entre literatura comparada e teoria literária; os estudos culturais e os estudos pós-coloniais (as figuras tutelares de Fredric Jameson e de Edward Said). Comentário crítico do primeiro capítulo “primeiras definições”. Octavio Paz e as polaridades constitutivas da arte. A literatura comparada enquanto disciplina histórica. A tarefa dialéctica do comparatista. Início ao estudo da problemática da auto-representação: questões teóricas. as fronteiras entre verdade e ficcionalidade, entre o real e o inventado, entre o vivido e a escrita. Algumas características fundamentais da literatura autobiográfica, da autoficção e da autografia. O espectro alargado das escritas do Si: confissões (a tradição confessional): breve referência aos textos canónicos de Santo Agostinho, Montaigne e Rousseau), os diários, as memórias, a escrita epistolar. O “pacto autobiográfico” segundo o teórico P. Lejeune. A explosão intimista na época contemporânea, de acordo com as posições assumidas por Clara Rocha na sua obra Máscaras de Narciso. Estudos sobre a literatura autobiográfica em Portugal, Coimbra, Almedina, 1992. O movimento centrífugo e o movimento centrípeto da escrita autobiográfica. O exemplo biográfico de Kafka: publicação dos diários (privado vs. público).