Sumários

Clíticos na história do português

9 Outubro 2017, 17:00 Ana Maria Martins

Mudança na colocação dos pronomes clíticos na diacronia do português: a distribuição da ênclise e da próclise nas frases finitas (um percurso evolutivo surpreendente; línguas em contacto?); a interpolação (interação com a variação SVO/SOV); a posição dos clíticos nas orações infinitivas (generalização quinhentista da próclise e variação); estruturas de subida do clítico (a língua medieval; a oposição oral/escrito); a mesóclise (fontes medievais e padrão contemporâneo; o português europeu no quadro das línguas românicas).


A colocação dos pronomes clíticos em português

2 Outubro 2017, 17:00 Ana Maria Martins

Especificidades da colocação dos pronomes clíticos em português no quadro das línguas românicas. Português europeu, português brasileiro e variedades africanas do português. Português europeu padrão e variação dialetal. Mudanças linguísticas em curso nas variedades africanas? Questões em aberto. Aquisição da linguagem, complexidade do input e mudança linguística.


Negação e palavras negativas numa perspetiva comparativa e tipológica

25 Setembro 2017, 17:00 Ana Maria Martins

Negação e palavras negativas nas línguas românicas medievais e contemporâneas. Uma caracterização tipológica, de base lexical, dos Itens de Polaridade (fortes, fracos, bipolares): especificação/subespecificação dos traços de polaridade (neg, af, mod). Relevância para a compreensão do percurso diacrónico das palavras negativas. A linguística histórica como "arte de fazer o melhor uso de maus dados" (Labov 1994). A relação entre mudança linguística e aquisição da linguagem (Lightfoot 1991, 1999).


Aula introdutória

18 Setembro 2017, 17:00 Ana Maria Martins

Apresentação do programa e do modo de funcionamento do seminário.

 

Avaliação:

A avaliação consistirá num pequeno trabalho de investigação a desenvolver ao longo do semestre. O trabalho será apresentado oralmente, em aula. A versão escrita, a entregar posteriormente, deverá integrar os contributos da discussão da versão oral. A nota final será a da classificação atribuída à versão escrita, embora a apresentação oral, em aula, seja obrigatória.

 

Objetivos:

a) Desenvolver competências de trabalho na área da linguística histórica através da familiarização com fontes, dados, teoria linguística e estratégias específicas de investigação destinadas a ultrapassar o problema da limitação das fontes;

b) Mostrar como a comparação entre diferentes línguas/variedades linguísticas (geneticamente relacionadas ou não) é um elemento central do trabalho em linguística histórica, permitindo ‘reconstruir’ não só ‘proto-línguas’ mas etapas da evolução de línguas documentadas;

c) Esclarecer as relações entre mudança e variação/diferenciação linguística, assim como entre aquisição da linguagem e mudança linguística;

d) Estudar casos de mudança sintática na história do português, numa perspetiva comparativa.

 

Conteúdos programáticos:

Serão tópicos de mudança linguística a estudar os que se encontram identificados a seguir. O estudo destes casos será conduzido de modo a concretizar os objetivos definidos acima. Será precedido de uma caracterização geral da gramática do português antigo (no quadro das línguas românicas) e integrará a familiarização com textos medievais.

1. A ordem das palavras na frase: a colocação dos pronomes clíticos na história do português e das línguas românicas; as ordens verbo-objeto e objeto-verbo no português antigo (em confronto com o português contemporâneo). Notas breves sobre a inversão sujeito-verbo.

2. Palavras negativas e outros aspetos da polaridade (afirmação/negação) no português e nas línguas românicas. A relação entre ordem de palavras e polaridade no caso de algum/alguno pós-nominal. Apontamentos sobre inovações recentes ou em curso: negação metalinguística, minimizadores, intensificadores. Este tópico permite explorar as interfaces entre diferentes componentes da gramática (sintaxe, semântica, pragmática, fonologia, morfologia) e pôr em evidência certas diferenças entre língua escrita e oralidade.

3. Estruturas infinitivas com verbos causativos e percetivos (infinitivo simples e infinitivo flexionado).