Análise das cenas 3.1 e 3.2 de Hamlet

3 Março 2020, 10:00 Miguel Ramalhete Gomes

Análise das cenas 3.1 e 3.2 de Hamlet.

Cena 3.1:

O solilóquio “To be or not to be” dito com mais três personagens em palco. Estrutura dialógica do solilóquio. Ambiguidade do solilóquio. Hamlet fala da condição humana, da morte, do suicídio, da resistência à opressão? Semelhanças com o soneto 66. O suicídio na Roma Antiga e na Cristandade. A morte como sono – o problema está nos sonhos. Antes o mal conhecido do que o que está por descobrir.

A cena com Ophelia. Misoginia de Hamlet e ataques aos cosméticos. “Monsters”: “horns”, “horned”, cornudos. “It hath made me mad”: as relações amorosas envenenadas para Hamlet e a imaginação do fim apocalíptico das relações. O monólogo de Ophelia, mais retórico, menos visceral.

Cena 3.2:

Hamlet discute teatro em vez de se vingar. Elitismo contra os “groundlings” e os atores cómicos que improvisam; decoro; um teatro que mostre a natureza humana, a virtude e comente os tempos. Proximidade desta ideia de teatro com Sidney e as poéticas renascentistas. Mas será esta a ideia de teatro de Shakespeare? Devemos evitar ler o que Hamlet diz como se estivesse a dar voz às opiniões do autor. Idealização histórica de Hamlet.

Alusões a Julius Caesar, a peça anterior de Shakespeare. Alusões sexuais, percebidas por Ophelia: “country matters”. A peça dentro da peça. Pantomima. No teatro isabelino e jacobita, a questão das ofensas à monarquia, à pessoa do monarca e a proibição de representar assuntos religiosos. The Mousetrap e a reação do rei. O sucesso da armadilha, segundo Hamlet; a reação menos entusiástica de Horatio.