LÍNGUA PORTUGUESA E LINGUAGENS LITERÁRIAS

Código da Unidade Curricular | Course ID: 920263

Este seminário tem como objectivos identificar as diferentes representações da invisibilidade em confronto e violência nas literaturas em português, após a discussão à volta da problemática da diversidade de expressão literária numa mesma língua, organizando-se em quatro tópicos: 1) problematização da ideia de uma comunidade linguística” de língua portuguesa (através de perspectivas de pensadores e académicos dos países de língua portuguesa), de que decorre a questão da diversidade de cânones literários; 2) discussão sobre a relação entre literatura, memória e história; conceitos de violência e invisibilidade social; 3) no terceiro tópico o tema é o das diferentes modalidades de personagens invisíveis que vivem entre resistência e/à violência do quotidiano; 4) finalmente, analisam-se configurações discursivas das representações da violência e resistência decorrentes dos conflitos coloniais e pós-coloniais e dominações históricas e de género, classe e etnia: Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo; Os Transparentes, de Ondjaki; e Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida.

1. Tratando-se de uma UC da pós-graduação, as sessões funcionarão em regime de seminário: isto é, os alunos serão responsáveis por apresentações dos textos a serem discutidos, de acordo com um calendário: nessas sessões, cada aluno fará uma intervenção individual, que será discutida pelos colegas (40%). O objectivo dessa metodologia visa o desenvolvimento de uma competência de investigação científica e escrita académica, assim como a competência de argumentação científica. Esses elementos serão complementados, no final do seminário, com uma monografia (60%) - que se pretende que seja um ensaio - científico e de preparação para o plano de tese. Para além das sessões de 03 horas, haverá acompanhamento (01 hora) através de meios em uso na FLUL, a plataforma Fénix ou contacto por email. Poderá ser também criado um grupo virtual para contacto e discussão, em rede, de assuntos relacionados os temas do programa.

2. Neste contexto, o funcionamento do seminário assenta sobretudo em discussões orais orientadas pela docente a partir dos textos de leitura prévia obrigatória, indicados na bibliografia: textos teóricos e de referência sobre as categorias pilares do curso, enviados por email ou disponibilizados na plataforma e-learning. A avaliação terá por base elementos que permitam a avaliação contínua dos alunos:

- Participação oral (ativa e voluntária) nas atividades nas sessões, incluindo breves apresentações (15-20 minutos) de textos teóricos ou literários (40%);

- Produção de um artigo subordinado a um dos tópicos lecionados (60 %).

Armstrong, Nancy and Tennenhouse, Leonard, The Violence of Representation. New York: Palgrave Macmillan, 2013.

Assmann, Aleida, Espaços da Recordação: Formas e Transformações da Memória Cultural. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2011.

Bosi, Alfredo (2002), Literatura e Resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

Canclini, Nestor García, Diferentes, Desiguais e Desconectados: Mapas da interculturalidade. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2009.

Reis, Carlos, “Diversidade e cânone literário: cinco teses”. In Ferreira, António Manuel et ali., Pelos Mares da Língua Portuguesa 3.  Aveiro: UA Editora, 2017, pp. 29-43.

Ribeiro, António Sousa, “Memória”. In: Walter Rossa; Margarida Calafate Ribeiro (orgs.), Patrimónios de Influência Portuguesa: Modos de Olhar. Coimbra: Imprensa da Universidade, 2015, pp. 81-94.

Ribeiro, António Sousa, “A representação da violência e a violência da representação”. In António Sousa Ribeiro (Org), Representações da Violência. Coimbra: Livraria Almedina, 2013, pp. 7-34.

Rocha, João Cezar de Castro,  “A guerra de relatos no Brasil contemporâneo. Ou: a“dialética da marginalidade”. In Letras – Programa de Pós Graduação em Letras - PPGL/UFSM. Estética e Arte Contemporânea: entre a crise e a crítica. 28/29 (Jan./Dez. 2004), pp. 153-184.

Rocha, João Cezar de Castro, “Dialéticas em colisão: malandragem ou marginalidade? Notas iniciais sobre a cena cultural contemporânea”. In Revista de Cultura Vozes. Petrópolis, 2003.

Spivak, Gayatri, Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG, 2010.

Tomás, Júlia,  A invisibilidade social, uma construção teórica (2012). Conference: A Crise da(s) Socialização(ões). In Social Invisibility in the Contemporary Society.  https://www.researchgate.net/publication/228333133_A_invisibilidade_social_uma_construcao_teorica

Tomás, Júlia,  “La notion d’invisibilité sociale”. In Cultures et Sociétés, nº 16, 2010, pp. 103-109. Paris: Téraèdre.