Sumários
A interpretação do mito no s. XX.
15 Abril 2024, 11:00 • Nereida Villagra
Apresentação geral das algumas das principais escolas interpretativas do mito:
1. Aproximação comparatista:
a. mitologia comparada indoeuropeia
b. mitologia comparada orientalista
c. mitologia comparada, tipologia e folklorismo
2. Escola psicanalítica: influência da psiquiatria no estudo do significado do mito
3. Aproximações ritualistas, influenciadas pela antropologia:
a. Escola de Cambridge "Myth-and-Ritual" (James Frazer e Jane Harrison)
b. A sociobiologia de Walter Burkert
Não tivemos tempo de falar da escola estruturalista.
A interpretação do mito de Ifigénia
11 Abril 2024, 11:00 • Nereida Villagra
1. O complexo mítico-ritual de Ifigénia, Calisto e o ritual da arkteia no festival da Brauronia en honra de Ártemis parthenos:
- Ifigénia vai de Micenas a Aúlide para ser casada com Aquiles, mas será sacrificada à deusa Artemis.
- Ifigénia é substituida por uma corça.
- Ifigénia será sacerdotisa de Ártemis em Bráuron, perto de Atenas.
- Calisto, no mito arcádio, é violada/seduzida por Zeus e terá um filho.
- Calisto é seguidora ou protegida ou castigada pela deusa Artemis.
- Calisto é transformada em ursa, posteriormente a ursa é catasterizada. Ou Calisto como ursa é morta por Ártemis, ou companheiras caçadoras ou pelo próprio filho.
- Outras fontes literárias, iconográficas e arqueológicas informam que em Bráuron celebrava-se o festival de Brauronia em honra de Artemis e nesse festival tinha lugar o ritual da arkteia, no qual, jovens mulheres (parthenoi) realizavam competições atléticas, e faziam sacrifícios a Artemis vestidas com uma túnica amarela que simbolizava a pele de ursa. Durante este ritual as raparigas eram chamadas as ursas de Ártemis. A primeira sacerdotisa do templo de Ártemis em Brauron foi Ifigénia.
- O mito de Ifigénia e o mito de Calisto estariam associados a rituais femininos de passagem da infância à idade adulta, que implicam a entrada no matrimónio e na maternidade.
2. Esta interpretação dos mitos é uma interpretação ritualista, um dos marcos teóricos com que aproximar-nos à interpretação do mito. Escolas interpretativas do mito no s. XX:
- Ritualista (sociobiologia, complexos mítico-rituais).
- Folklorista ou tipológica
- Comparatista
- Psicanalista
- Estruturalista (pragmática, ideologia e análise do discurso).
Os mitos de Ifigénia e de Calisto
8 Abril 2024, 11:00 • Nereida Villagra
Existe um grupo de mitos de metamorfose que seguem o seguinte esquema narrativo:
- Um donzela é objecto de paixão, ou ela apaixona-se
- A união/paixão é problemática: proibição, fugida, violação
- A donzela é transformada num animal ou planta, ou é morta, como castigo ou como modo de fugir da união sexual.
- A donzela as vezes morre/é transformada sendo ainda virgem; outras vezes tem um filho e depois morre/é transformada.
Comentário de diversas verões do mito de Calisto: vd. ppt.
Mitos etiológicos II
4 Abril 2024, 11:00 • Nereida Villagra
- A utilização do mito etiológico no deus ex machina de Ifigénia entre os Tauros de Eurípides.
- Os mitos etiológicos e de fundação no período helenístico: este tipo de mito torna-se muito popular por diversas causas:
1. o surgimento da cultura escrita e bibliotecária que permite aos poetas e eruditos pesquisar sobre mitos raros pouco conhecidos.
2. a nova poética alexandrina que busca uma poética leve e inusitada, procuram as versões pouco conhecidas dos mitos.
3. a nova geografia do mundo grego que incorpora muitos territórios orientais e meridionais, e que, por outro lado, acabará por perder a independência política sob o controle de Roma. A identidade helénica devem um fenómeno cultural, e não político.
- Obras que incorporam mitos etiológicos:
•Aitia de Calímaco s. IV/III a. C.
•Poemas sobre fundações de cidades de Apolónio de Rhodes s. IV-III a.C.
•Parténio de Niceia, Sofrimentos de Amor (s. I)
•Cónon, Narrações (s.I)
•Mythographus Homericus (s.I)
•Plutarco (s.I)
•Apolodoro, Biblioteca (s. II)
•Pausânias (s. II)
•Em latim:
Higino, Fabulae (s.I)
Ovídio, Metamorfoses (s.I)
- Leitura do aition de Plutarco sobre a dança da grua que Teseu introduziu em Delos (vida de Teseu, vd. ppt) e leitura do cap. XI de Parténio de Niceia sobre Bíblis (vd. ppt).