Sumários
Túbal e Luso
24 Setembro 2018, 14:00 • Ernesto José Rodrigues
Portugal: os nomes do país.
Túbal.
Luso.
Resumo:
Gilbert Durand (Imagens e Reflexos do Imaginário Português, Lisboa, Hugin, 1997: 204) assenta em quatro mitologemas: o Fundador vindo de longe, seja, Luso ou São Vicente – que não abarca o todo nacional ‒, sendo de acrescentar um conde D. Henrique ‘húngaro’; o nostálgico desejo do impossível incarnado em D. Pedro / Inês, Mariana Alcoforado, Nuno Álvares Pereira derrotando Castelhanos em Aljubarrota: são ingredientes desiguais em pobre salada; a crença num rei salvador oculto; a transmutação paraclética [em nome do, devida ao Espírito Santo] do mundo, inspiradora de todas as descobertas, cujo objectivo era conhecer o reino de Preste João, influenciada pela instituição do culto do Espírito Santo e pela rainha Santa Isabel: não seria pouco, ou limitativo?
Túbal e Luso fundam, segundo Fernão de Oliveira ([1536] 1975: 40), «A antiga nobreza e saber da nossa gente e terra de Espanha, cuja sempre melhor parte foi Portugal, […]». A exemplo do avô Noé, fundador de cidades peninsulares, Túbal «fundou Gibraltar», além de Setúbal, como reiteram Fr. Bernardo de Brito (Monarquia Lusitana, I, 1), Gaspar Barreiros (Chorographia, 1651, fl. 63), Brás Garcia de Mascarenhas (Viriato Trágico [1699], canto I) e demais referidos no ensaio “Louvor e ilustração da Língua Portuguesa”, à frente.
Quanto a Luso, «que também enobreceu esta terra», diz Oliveira (p. 40-41) que «não foi grego, mas de Portugal nascido e criado, filho de Liceleu», ou Baco (ver Os Lusíadas, I, 30: 2; I, 31: 5; I, 34: 4; I, 39: 3; I, 49: 5 e VI, 14, 20 = Lieu; I, 73: 2 = Grão Tebano; I, 82: 1; II, 10 = filho de duas mães; II, 12: 2 e VI, 6, 26 = Tioneu; II, 39: 2; III, 18; VI, 25; VIII, 3-4, 47-50; IX, 91[1]), do qual rei Luso «se chamou a terra em que vivemos Lusitânia, a qual depois chamaram Turdugal, não do porto de Gaia, como quer Duarte Galvão na História de El-Rei D. Afonso Henriques, mas dos Túrdulos e Galos, duas nações de homens que vieram morar em esta terra, segundo conta Estrabão no terceiro livro da sua Geografia». Esta tese não vingou, antes permanece a de Portus Cale = Portucale resumida em Camões (VI, 52: 1-3): «Lá na leal cidade, donde teve / Origem (como é fama) o nome eterno / De Portugal, […].» Duarte Nunes de Leão, na póstuma Descrição do Reino de Portugal (1610), deriva Lusitânia de Luso, «cõpanheiro de Bacho, a que por outro nome chamão Lysia de que também a dita prouincia se dizia Lysitania. Dahi a muitos centos de anos veo a Lusitania chamarse Portugal por esta causa. Na ribeira do rio Douro ha um lugar antiquissimo que o Emperador Antonino em seu itinerario chama cale, & agora se chama Gaia. O qual por seu lugar firmado em alto, & que tinha trabalhosa seruentia para os moradores que erão os mais delles pescadores, començarão a povoalo na parte baxa perto á ribeira do rio. E assi foi crescendo, & se chamou Porto de Cale, & despois Porto Cale, & per tempo Portugal mudando o C. em G. […].» (p. 11v-12r)
Somos, assim, «gente / De Luso» (Os Lusíadas, I, 24: 4; I, 39: 4; II, 17: 6; II, 103: 6; III, 95: 8), o Luso (II, 48: 2; III, 51: 7), eventualmente «Luso horrendo» (II, 48: 8), «geração de Luso» (VII, 2: 1). A origem do nome Lusitânia[1] e a filiação no Tebano demora-se em III, 21 e VIII, 2: 7-8, 3: 1-8 e 4: 1-4, com o acrescento de que Luso está sepultado nesta sua terra.
Mitos: tipologia
19 Setembro 2018, 14:00 • Ernesto José Rodrigues
Definições de cultura.
Memória e identidade. História e mito.
Mitos, fábulas, contos, lendas.
Mitos: cosmológicos; escatológicos; messiânicos; políticos; filosóficos; históricos: A. J. Saraiva, 32007: 112.
Apresentação do programa
17 Setembro 2018, 14:00 • Ernesto José Rodrigues
Apresentação do programa (ver culturaport.blogs.sapo.pt).
Plano de aulas: algumas considerações.
Critérios de avaliação.
Datas dos testes: 5 de Novembro e 12 de Dezembro.
Outra bibliografia: Mircea Eliade, Mitos, Sonhos e Mistérios, Lisboa, Círculo de Leitores, 1990: 6-17; Victor Jabouille, Do Mythos ao Mito, Lisboa, Edições Cosmos, 1993; Ernesto Rodrigues, Ensaios de Cultura, Lisboa, Editora Theya, 2016. Ebook.