Mente e Corpo (3)

27 Novembro 2020, 08:00 Ricardo Santos

Avaliação crítica da teoria da identidade mente-cérebro, nas suas duas versões – identidade tipo-tipo e identidade espécime-espécime. Duas objecções fortes: a redução do mental ao físico não parece viável; as propriedades mentais são causalmente eficazes. Argumento modal contra a teoria da identidade (Kripke): a identidade é uma relação necessária, mas as correlações entre estados mentais e estados físicos do sistema nervoso central são contingentes; logo, essas correlações não são identidades. Uma teoria fisicista alternativa: o funcionalismo. A tese funcionalista: cada processo mental identifica-se, não com o mecanismo físico que o realiza, mas com a função que esse mecanismo desempenha no sistema físico. Realizabilidade múltipla: a mesma função pode ser realizada em sistemas físicos diferentes, por diferentes componentes do sistema. Princípios subjacentes aos programas de Inteligência Artificial: distinção entre hardware e software; a mente é o programa que corre no cérebro; um programa suficientemente complexo, a correr numa máquina, teria os mesmos estados mentais que nós. Problemas para o funcionalismo: o argumento do espectro invertido; e o argumento do conhecimento (Nagel, Jackson). Alegadamente, as teorias fisicistas da mente não dão conta do carácter subjectivo da experiência.