Mundos Possíveis (2)

5 Novembro 2020, 08:00 Ricardo Santos

A explicação da necessidade pela analiticidade. A crítica de Quine à distinção entre o analítico e o sintético. A ideia de que, em princípio, nada é irrevisível, nem sequer a lógica e a matemática. A mecânica quântica, o princípio da incerteza, a dúvida a respeito da distributividade da conjunção, e a sugestão de que seria possível refutar empiricamente uma ‘lei’ da lógica clássica. A diferença entre enunciados analíticos e sintéticos é de grau, e não de natureza. A crítica ao verificacionismo e ao seu pressuposto de que há uma relação de um-para-um entre enunciados teóricos e observações possíveis. A defesa do holismo. A ideia de que os enunciados considerados “analíticos” também são refutáveis, uma vez que os próprios significados também podem mudar, em resultado de inovações teóricas. A crítica de Quine aos três níveis de envolvimento modal.

Os três níveis de envolvimento modal e as objecções (de Quine) correspondentes: (1) a noção de necessidade é obscura; (2) não há nenhuma função que interprete o operador lógico de necessidade (i.e., a caixa); (3) a lógica modal de predicados (que combina a necessidade com a quantificação) envolve uma violação do princípio da indiscernibilidade dos idênticos. O argumento dos planetas e o argumento do ciclista matemático (Quine).

A invenção (por Saul Kripke e outros) da “semântica dos mundos possíveis”. A ideia leibniziana dos mundos possíveis e a definição do necessário como verdadeiro em todos os mundos possíveis. A interpretação do operador de necessidade por uma função cujos argumentos são conjuntos de mundos possíveis (os mundos em que cada frase é verdadeira).