Tempo (1)

26 Outubro 2020, 08:00 Ricardo Santos

A ontologia do tempo. A teoria presentista: só existem as coisas presentes (Prior). A ideia intuitiva de que as coisas (inteiramente) passadas já não existem e de que as coisas (inteiramente) futuras ainda não existem. A crítica de Prior ao uso de uma noção relativizada de existência (existir na mitologia grega, na mente humana, num mundo possível, no passado, etc.) e a defesa de operadores temporais (de passado e de futuro). A passagem do tempo. O presentismo propõe uma visão dinâmica: o presente muda, ou seja, diferentes presentes sucedem-se uns aos outros. O que é futuro torna-se presente e depois passado. A inexistência do futuro explica a ideia comum de que o futuro está em aberto. Mas como pode o presentismo explicar que o passado esteja encerrado e seja imutável? Uma alternativa ao presentismo: a teoria do bloco crescente, que diz que existem as coisas passadas e presentes (Broad). Com a passagem do tempo, a realidade ganha novas partes, mas não perde nenhuma. Uma dificuldade séria para ambas as teorias: a teoria da relatividade restrita implica que a simultaneidade é relativa a um quadro de referência e que por isso não existe um presente objectivo, único e universal.