Teste de Metodologia de História da Arte.

24 Novembro 2015, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

TESTE DE METODOLOGIA DE HISTÓRIA DA ARTE – Licenciatura em História da Arte (1ª chamada)

                                                                      I

Leia atentamente as sete seguintes questões e responda em moldes suficientes e claros, em bom português e com recurso a exemplos se e quando necessário, a apenas TRÊS delas:

1.   Defina em breves palavras os conceitos de Iconografia, Iconologia e Icononímia. Em que consistem ?

2.       Qual a utilidade da chamada Cripto-História da Arte no estudo integrado do Património artístico ?

3.       Recorrendo ao historiador de arte Giulio Carlo Argan, em que medida História da Arte e Crítica de Arte fazem (ou não) parte do mesmo corpo analítico ?

4.       Entre os novos ‘géneros literários’ que nascem com o Renascimento no mundo das artes, que se entende por parangona ? Dê um exemplo.

5.       Defina em linhas gerais o que entende por Fortuna Histórica, Fortuna Crítica e Fortuna Estética na organização, estruturação e faseamento de uma pesquisa em História da Arte.

6.       Em que medida os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, se podem considerar obra marcante no contexto da pintura europeia no dealbar da Idade Moderna ?

7.       Que entendia o tratadista Léon Battista Alberti, no século XV, pelo conceito de concinnitas ? Em que medida o arquitecto do imperador Augusto ?

 

                                                               II

Desenvolva e comente, com a maior clareza e objectividade, num discurso estruturado e fluente, e recorrendo a factos e exemplos adequados sempre que necessário, UM dos dois seguintes temas:

1.       O estatuto social de artista nasceu em circunstâncias especiais – históricas, socio-culturais, tratadísticas, económicas, artísticas – no início do século XV, com o Renascimento e o Humanismo. Comente a carta escrita em  1577 ao rei D. Sebastião pelo pintor Diogo Teixeira e explique o modo como tal estatuto laboral se reflectiu na prática dos artistas portugueses pela reivindicação da ‘liberalidade’ criadora.  A carta afirma, entre outras coisas, o seguinte: «Diz dioguo Teixeira, caualeiro da casa do Snor Dom Antonio, que elRei vosso avô, não sendo a arte da Pintura então da calidade em que ora está, … anexou individamente os pintores à Bamdeyra de Sam Jorge… como se fossem necaniquos, quando he uma arte iminente asi dos antíguos, e com numeada antre as liberais em todos os tempos, e celebrada por reis…, e assim, havendo respeito ao sobredito, e por ser hum dos milhores oficiaois de imaginarya de olio que há nestes Reynos, pede a S. M. o isente dos serviços a prestar à dita Bamdeira (…)».

2.       Como afirmou o historiador de arte e iconólogo alemão Aby Warburg (1866-1929), «a História da Arte é a investigação orientada e inter-disciplinar que visa o entendimento globalizante (estético, histórico, ideológico, contextual, trans-contextual) das obras de arte à luz da compreensão dos seus ’pontos de vista’ intrínsecos, isto é, das condições culturais, políticas, socio-económicas, laborais, perdurações, continuidades, ideologias – ou seja, o entendimento iconológico das obras». Comente o texto.