Aristóteles e a mimese

1 Março 2021, 09:30 Maria João Monteiro Brilhante

Na primeira aula dedicada ao pensamento de Aristóteles sobre a mimese e a poesia dramática, começámos por tecer considerações acerca da própria Poética, enquanto texto fragmentado que apresenta características normativas e descritivas e que se propõe regular a composição da tragédia. Para além de destacarmos a ideia de que representar mimeticamente é congénito no homem, discutiu-se a ligação que o filósofo estabelece entre conhecimento e prazer como aspectos ligados á mimese. Por aí começa uma possível resposta de Aristóteles ao seu mestre Platão. Mas continua com a consideração de que todas as representações são miméticas divergindo nos meios, nos objectos e nos modos. Mas o aspecto talvez central seja a defesa da mimese como invenção, criação e não cópia e por aí se justifica a descrição de como compor uma tragédia que atinja a sua finalidade: produzir terror e piedade e dessa forma realizar a catarse das paixões.